Violência sexual contra as mulheres – Quando não é não.

Hoje não vamos falar de maconha; mas vamos falar de mulheres.

Ser estuprada por 1 homem já não é nada legal. Imaginem por 30? Além disso, ser dopada e exposta ao ridículo e ao julgamento impiedoso das redes sociais, eleva o crime para o nível bárbaro. Difícil não jogar esse assunto na nossa roda. Acredito termos no Hempa, uma porcentagem de homens maior que de mulher, então, vamos conversar.

por  Nessa Bruxinha

Vamos aos fatos: estupro é crime, e não deve ser cometido nem por mulher, nem por homem. Ninguém, nem criança, jovem, adulto ou idoso deveria sofrer esse mal. Ainda assim o crime é cometido diariamente, e em número infinitamente maior contra as mulheres. Conforme o site UOL, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. E segundo a Revista Época apenas 35% dos casos são denunciados. No post passado falamos de moda e citei uma frase quase unânime no universo feminino: “[…] Sou mulher, acho que a mulher (assim como o homem) deve vestir o que quiser, […]. Mas há quem diga que não é bem assim, e que a roupa define caráter e até induz ao estupro. É sabido que o instinto sexual do homem é visual, enquanto que na mulher é sentimental. Para o homem, basta ver para se sentir seduzido. Já nós mulheres precisamos ver, sentir, cheirar, tocar, ouvir. O que nos torna mais criteriosas e cautelosas.

Mas, voltando ao homens, o fato do estímulo visual ser o mais apurado para o sexo, não justifica o ato criminoso aqui comentado. Há uma cultura de que a culpa é da garota ou da mulher que se veste de forma quase nua, tornando-a “merecedora” do crime. Não concordo nem de perto, quem dirá de longe. Mas defendo a ideia de que saber se vestir com discernimento é fundamental. Não basta só vestir o que quiser, é preciso ter consciência porque infelizmente, os homens maus caráter estão soltos aos montes,e já que eles não tem discernimento algum, tenhamos nós.

Vocês devem estar pensando: “Mas, Bruxinha, então você está dizendo que se eu vestir roupas curtas e sexys, estarei pedindo para ser estuprada?” A resposta é não, de forma alguma. A violência praticada é única e exclusiva de quem pratica; nunca da vítima. Só estou dizendo que é preciso um pouco de precaução. Será que é tão ruim assim se precaver? Claro que o crime não é cometido apenas porque  mulher está com uma roupa tal, mas ao ver os discursos machistas, entendemos o quanto isso é determinante para eles. Desde a minha adolescência gosto de roupas curtas, e glória a Jah, nunca fui abusada sexualmente. Sofri bullying quando vestia um short de lycra que desenhava tudo, e era conhecida como “capô de caminhão”. As mulheres pensam em lipo na barriga, entre as coxas, eu não. Eu pensava numa lipo lá nas partes intimas. Com o tempo parei de vestir esses shorts com blusa curta, e o bullying parou. Permito que minha filha use roupas curtas, mas nada que desenhe demais, e se mostra demais em baixo, cubra em cima, e vice-versa.

Quem sabe quando minhas netas nascerem, isso já esteja bem resolvido e os homens consigam apenas olhar e não desejar. Se desejar, não violentar. Respeitar e aceitar que a mulher pode transar com quem ela quiser e que não a faz uma puta/vagabunda por isso, e quando ela diz não é não. Que eles entendam que roupa não é convite ao sexo (a não ser que ela queira) é apenas uma escolha de vestimenta e que não define caráter, apenas um estilo.

Agora, sem discurso moralista, e/ou politicamente correto me respondam: quando alguém é violentado sexualmente, a culpa é de quem?

Fontes:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/05/30/numero-de-casos-de-estupro-no-brasil-pode-ser-10-vezes-maior.htm
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/05/apenas-35-dos-casos-de-estupro-no-brasil-sao-notificados.html