Vida de uma Criança é Salva pela Cannabis, afirma mãe!

Uma mãe-solteira da Flórida revelou essa semana que acredita que um strain de cannabis tenha salvo a vida de sua filha mais nova, de 1 ano e 7 meses, depois de os médicos dizerem que nada mais poderia ser feito para mantê-la viva. “Nettie ia morrer,” disse Rachel ao Yahoo Health sobre sua filha. “Tenho 100% de certeza que isso salvou a vida dela.”

Nettie – que nasceu com paralisia cerebral e hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro), que estava causando convulsões – foi hospitalizada com dois tipos de pneumonia em Junho, quando os médicos disseram que ela morreria em breve. No dia 2 de julho, Rachel começou um plano de tratamento às escondidas com canabidiol, ou CBD, que é um composto da maconha não psicoativo e livre de THC. Ele foi enviado gratuitamente à ela por um fornecedor da Califórnia, Stephen Carmen, do Carmen CBD Oils, que encontrou a história de Nettie no facebook. Garner, uma técnica em farmácia de 33 anos que lê publicações da área médica e estava familiarizada com histórias sobre CBD e crises, aceitou prontamente. E, depois de 24h do primeiro tratamento, que envolve a administração de gotas abaixo da língua, Garner percebeu uma grande mudança em Nettie.

“Fui buscá-la e, ao invés de ficar com medo, como normalmente, ela sorriu. Depois ela murmurou, e ela nunca tinha demonstrado isso.” Ela ainda falou que foi como “um milagre” – principalmente porque ela perdeu um bebê de 10 meses pra mesma doença um ano antes de Nettie nascer.

Enquanto a história de Nettie continua – ela ficou doente com problemas no peito, embora nunca mais tenha tido nenhuma crise desde aquela primeira dose e sua família está arrecadando dinheiro para despesas médicas. – ela é apenas uma dentre muitos que apontam para o CBD como tratamento viável para as crises. Neste último ano teve-se notícia de muitas famílias que foram para o Colorado, um dos 23 estados dos EUA onde a maconha medicinal é legal (com outros ainda pendentes), e de onde se tem relatos do CBD ter ajudado crianças com a síndrome de Dravet, que pode causar crises/convulsões constantes e que ameaçam a vida.  A partir de maio, de acordo com essa reportagem em inglês, 180 crianças no Colorado estavam usando o óleo com milhares mais ainda numa fila de espera.

Ao mesmo tempo em que as histórias sobre a eficácia do CBD são animadoras, elas parecem continuar só assim – histórias.

“Parece que funciona com alguns e parece que, definitivamente, não funciona em outros,” disse Michael Backes, um pesquisador de maconha e autor do vindouro livro Cannabis Pharmacy. “Os efeitos de desenvolvimento a longo prazo nas crianças ainda não foram bem compreendidos, então enquanto ele pode estar atenuando alguns sintomas agora, não sabemos o que poderá causar no futuro”. Backes reconheceu que “pais desesperados com crianças desesperadamente doentes estão desesperados por um alívio,” mas acrescentou “Eu só quero ter a certeza de que nenhuma criança se machuque pelo caminho. Embora não seja psicoativo, o CBD é uma droga poderosa. “

Estudos estão a caminho, no entanto, e os resultados preliminares são “encorajadores”, disse Backes. Orrin Devinsky, um expert em epilepsia, com o NYU Langone Medical Center em Nova Iorque, é um pesquisador-líder nesta área. Em maio, ele foi co-autor de um estudo no Journal Epilepsia que descobriu que “O CBD puro parece ser um candidato ideal entre os phytocannabinoides como terapia para epilepsia resistente à tratamento”. Ele fez um caso para pesquisa posterior, percebendo que faria sentido “investigar sistematicamente a segurança, farmacocinética e interações do CBD com outras drogas anti-epiléticas e obter um sinal inicial considerando a eficácia em diferentes doses. Esses dados podem ser usados para planejar um estudo duplo-cego controlado por placebo.”

Na cidade de Colorado Springs, no Colorado, Dr. Margaret Gedde é uma médica que está em busca dos pacientes de CBD mais jovens por lá. Dos 47 pacientes que começaram a tomar o óleo neste outono, 28% relatou mais de 80% de redução das crises, disse ela à Gazette. Outros 49% relataram uma redução nas crises além de muitos outros benefícios e 23% parou de usar o óleo por que estava sendo ou ineficaz ou prejudicial. “Isso é o que é chamado de ‘evidência de história (anecdotal evidence) mas é ao mesmo tempo bastante real,” disse Gedde. “Temos 78% dos pacientes se beneficiando disso. Geralmente ele permite ao paciente se livrar das medicações mas perigosas. Claramente tem o seu papel no tratamento de epilepsia.

Carmen, fornecedor de Rachel, também acredita nas historinhas – tanto que, na verdade, ele dedicou sua vida a levar o óleo às pessoas que precisam. Enquanto estava morando no Utah ano passado, tentou conseguir o CBD para seu pai, que tinha câncer de fígado, porque já tinha lido sobre ser um tratamento eficaz. Mas era impossível entrar nesse estado e depois seu pai morreu, disse ele. “Eu fiquei tão furioso que arrumei as malas com tudo que tinha e me mudei pra Califórnia.”

Foi onde ele disse que conheceu um bioquímico que faz os óleos – com um custo de U$97,50 por cada 10ml, o que dura mais ou menos um mês. E os dois fundaram uma ONG. Agora, além de vender produtos, Carmen vai entrar no facebook diariamente, procurando famílias que estão precisando, como a Nettie, para quem eles podem doar o tratamento. Ele diz que já viu sucesso com muitas doenças, de lupus ao câncer. “Sopra na minha mente todos os dias.”

Na Flórida, onde vivem os Garners, os habitantes irão votar na questão da legalização em Novembro. Mas o governador Rick Scott transformou em Lei o caso de Charlotte em junho, legalizando o uso do CBD para tratar condições desde a epilepsia à doença de Lou Gehrig. A lei foi nomeada depois que Charlotte Figi, uma menina de 7 anos do Colorado, teve suas crises tratadas eficazmente com o óleo. Um projeto de lei bipartidário com o mesmo nome foi apresentado em 28 de julho à U.S. House of Representatives, possivelmente abrindo caminho para o CBD se tornar legal em nível nacional.

E mais, a lei da Flórida não terá efeito até 1 de janeiro de 2015, então ao invés de esperar, Garner escolheu aceitar a oferta de Carmen. Ambos acreditam que  ela está protegida pela lei no âmbito da liberdade religiosa, já que ela pertence a uma igreja que considera a cannabis “um sacramento”.  E a crença de Garner nos poderes do óleo é muito forte para ela desistir. “Eu não vou perdê-la para isso, eu não vou. Eu já tive um acidente.”

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