Todo maconheiro sabe (e já sentiu) o prazer da larica. Pode ser doce, salgada ou tudo misturado em uma uma coxinha com cobertura de sorvete de flocos. Mas o papo desta Hemportagem não sobre as misturas exóticas de quem tá chapado.
Essa vontade louca de comer e que deixa tudo mais gostoso tem uma explicação científica e foi tema de uma pesquisa liderada pelo cientista Giovanni Marsicano, da Universidade de Bordeaux, que foi publicada na revista Nature Neuroscience.
O que acontece é o seguinte: a maconha contém 60 substâncias conhecidas como canabinóides, entre eles o THC. Mas isso não significa os demais sejam parecidos como eles. Na verdade, a maioria não produz efeito psicoativo.
E dentro do nosso corpo existem os endocanabinóides (os canabinóides fabricados pelo próprio corpo). Eles podem atuar, por exemplo, no controle da fome e reposição de energia do organismo. Um exemplo: o leite materno é uma fonte abundante de endocanabinóides, que basicamente ensina uma criança recém-nascida como comer, estimulando o processo de aleitamento.
É no fato dos canabinóides e os endocanabinóides trabalharem de forma bem semelhante que encontramos a explicação para a larica. Em testes com camundongos os cientistas perceberam que os canabinóides (ai entra o THC) ativam um receptor celular existente no bulbo olfativo, estrutura cerebral responsável por sentir cheiros, aumentando a nossa capacidade de detectar odores e, também, levando à maior ingestão de alimentos.
Existe um endocanabinóide responsável por ativar esse receptor e “provocar” a fome quando o corpo precisa de reposição de energia. Mas se você fuma um baseado esse estímulo acaba sendo provocando mesmo sem a necessidade, pois o canabinóide presente no baseado vai “enganar” esse receptor responsável pelo controle do apetite e o prazer de comer.
Ai não tem como controlar: quando bate a larica você abre a geladeira e o armário em busca qualquer gordice disponível. To mentindo?