Um Adeus para o Preconceito!

Quando tinha 17 anos o amigo de fumaça, do interior de Minas Gerais, fumou o primeiro baseado e descobriu que a erva não era aquele demônio que falam na TV e na escola. Foram três anos de boas risadas e muita larica. Tudo mudou no dia que a mãe mexeu no armário e abriu a caixa de óculos onde ele guardava todos os flagrantes.

Foi o início do caos da vida do jovem usuário. A mãe era tão fechada ao diálogo que se recusava a ouvir qualquer argumento que não tratasse a maconha como a erva do Capiroto. No mesmo dia ela ligou para o pai (que morava em outra cidade), que respondeu simplesmente desprezou os problemas do “filho vagabundo”.

 

Diante de tamanha opressão ele tomou a iniciativa de preparar a saída de casa. Na época ele era estagiário e ganhava um mirrado salário de 400. Foi necessário abandonar o estágio e pegar um emprego fora da área de formação para garantir a possibilidade de sustentar uma casa sozinho.

Apesar do perrengue, o amigo conta que não sente raiva dos pais pela forma como tratado. “Sei que eles foram educados com essa cultura preconceituosa e não é fácil mudar a cabeça da noite pro dia. Mas a mágoa por ter me tratado como um vagabundo ainda é enorme. Isso eu ainda não superei.”

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