TTKZoo: Marcelo D2 e Sain no Circo Voador!

Sabe aquele som do D2 que diz assim: “essa noite eu tive um sonho, um sonho diferente”? Então… vou descrever pra vocês um sonho muito louco que eu tive. Tão louco, mas tão louco, que consegui até tirar umas fotos, de dentro do sonho, pra compartilhar com vocês. Acredita?

Sonhei que eu mandava uma mensagem pro D2 perguntando se o Jornal da Maconha podia fazer a cobertura do show TTKZoo. Em sonho tudo é meio maluco, né?! O circo era voador e a resposta foi simples e direta: “claro”.

Então fomos lá, né… conferir de perto um show de Marcelo D2 junto com um moleque que “é foda, isso é mal de família”. A fauna se completa com Pirâmide Perdida, Presidente, Lucas Carlos e companhia!  Sain e uma trupe de amigos de infância, preparados pra fazer barulho. Você sabe que tá sonhando (ou que o palco tá pegando fogo) quando os pés da galera nem se quer tocam o chão. Que festa…

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Clássicos e mais clássicos no setlist, misturados a experiências musicais inovadoras, como o remix da “Fella”, dentre outros traps lókis. No palco, uma esquina: Rua do Catete com Pedro Américo. Lá em cima, um mito da cultura canábica e sua turma. Lá em baixo, eu fazendo umas fotos…

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…e como no sonho nada é proibido, acendi umas troncas. Fez fumaça. Se o cheiro fosse ruim era pesadelo e não sonho. O cheiro era do bom. O som, era “Vai vendo”. Ou seja, pesadelo, só se for do pop. No sonho, D2 sentiu o cheiro da brenfa como um cão farejador, e pediu pra dar um dois, com todo respeito: “Aí sem caô, posso fumar esse?!”, e aí… passei a bola, ao vivo e a cores, pra um ídolo de décadas:

Quando ele devolveu avisei que era Hempadão in tha house. Aí o doidão solta no mic do Circo: “Hempadão, porra!”, pra explodir qualquer traço de verossimilhança. Contando ninguém acredita, mas tudo bem… tá gravado! Na memória… e em áudio (veja o vídeo até o final, no fim da matéria).

12A criança cresceu, hein D2?! Do menino de “Lodeando” ao artista que ganhou o Brasil em turnê, quem poderia dizer? Que tantos anos depois não seria uma música, mas um show inteiro em parceria com o Stephan. Casa cheia de família, amigos, parentes próximos, colegas de profissão e muita fumaça. Uma noite lotada de simbolismo e boas energias, afinal, “amar é para os fortes”, lembrou D2 no palco.

No fim, já expert nessa mistura de realidade com ficção, fizemos um sonho lúcido, com direito a visita guiada pelo camarim do Circo. Entrevistamos o Sain com um hempórter inusitado. Vocês vão ver, na próxima edição do JM!

Agradecemos a moral, o convite e tudo mais, num bate-papo rápido com o Marcelo. Sobre o recente encontro com o ex-presidente uruguaio, perguntei pro D2 se ele pudesse compartilhar um ensinamento do Mujica com todos os maconheiros do Brasil, qual seria? O sagaz homem fumaça respondeu: “Perguntei pra ele se o Brasil tinha jeito, questão de política de drogas, legalização, etc… Ele disse assim: ‘Não se preocupe com o Brasil… se preocupe com ‘la gente’ (com as pessoas)”, afastando pra lá esse papo furado de nacionalidade, bandeiras, fronteiras, partidos… e realçando a importância do indivíduo, do convívio e do ser humano em si em todas suas formas de existência e busca por felicidade.

Sonhar não custa nada. Entre cigarros importados e bem cheirosos, um abraço sincero, um presente cinzeiro. E mais tarde D2 virou DJ do camarim, comandando a festa ao ritmo de Kendrick Lamar, soltando pedradas ininterruptas como “You  Ain’t Gotta Lie” e “Cut You Off”.

Pra mim, ninguém nunca fez mais pela cultura canábica no Brasil do que esse cara. Sendo assim, se maconha fosse futebol, esse doidão era o Pelé. Se beck fosse guitarra, ele era o Hendrix. Sem rasgação de seda, pois seria um desperdício… mas realmente, como bom maconheiro, sou fã demais desse rubro-negro sangue bom, confesso:

Foi uma honra, papo reto. Que noite! E se Raulzito costumava dizer que “sonho que sonha só é só um sonho que só, mas sonho que se sonha junto é realidade”, então, posso dizer que toda essa viagem não passa de uma linda e louca manifestação do real, afinal, não era só eu, era o Circo inteiro, repleto, todo mundo junto compartilhando momentos ímpares de um verdadeiro show de RAP. Barulho, bagulho… e muito orgulho desse bonde da fumaça, mix de talentos e sagacidade. Juventude reunida, num zoológico sem jaulas, lógico, onde o rei figura na história da música popular brasileira… pra toda eternidade. De 1967, pro mundo. Segura a bronca e dá play, vai: