Onde é a Casa da Língua?! Será a Onda?

uma ponta pro poeta

quando em brasa põe em turbilhão

cerca de um milhão de palavras

que se significam sem travas

e influem diversa sensação

 

o efeito de um simples beque

aceso, acende a língua

e então a lembrança longínqua

se aguça,  enquanto esmaece

o que no instante acontece

 

alguns tragos da erva

consegue enfumaçar a imaginação

dilatada, diferenciada da costumeira

outra percepção possível

sobre o que passa invisível

 

a dúvida – matar, quiçá, impossível

é saber se a onda alimenta o nexo

ou se não é então a linguagem

que além de se apoiar feito boia nessa mar

também nele aprendeu a nadar

 

pois defendem estudiosos que seria, portanto

o falar, o sentir, o imaginar, o fruto do nosso coletar

e experimentar de tudo, de cada fruto e tanto

que uma erva milenar pode ainda hoje auxiliar

o poeta a pensar, embora haja nisso pranto

 

afinal é proibido

e sabe-se lá até quando

teremos inibido

o direito de plantar

ou comprar decentemente

 

buds ou semente

somente.