A grande imprensa falou um pouco, mas visita de Pepe Mujica ao Rio de Janeiro foi um sucesso. A acústica da UERJ (com capacidade para 3500 lugares sentados) lotou de tal maneira que foi instalado um telão no estacionamento da Universidade (que também ficou lotado).
Não foi um ato governista ou de radicais. O encontro da última quinta-feira reuniu amantes da liberdade. Estavam ali para homenagear o legado de Mujica que, ao ocupar o cargo de presidente do Uruguai, legalizou a maconha, o casamento gay, o aborto e abriu o país para perseguidos e refugiados de todo planeta. Com 80 anos, ele falou e respondeu perguntas por mais de 2 horas.
“Quando digo regulamentar, quero dizer nos assegurarmos que o consumidor tem a opção de comprar sem precisar recorrer ao narcotráfico. Porque, se ele precisa fazer isso, aí sim é um inferno. Se temos um mundo clandestino, quando se identifica a pessoa que está com vício, já é tarde. Já não podemos tratá-la apenas como doente”, disse Mujica ao explicar a importância da legalização da maconha.
Boa parte dos que estavam ali também admiram a simplicidade do ex-presidente, que não usou o cargo para fazer fortuna e se distanciar do povo. Durante a rápida visita ao Rio, Mujica almoçou em um autêntico pé-sujo, onde comeu feijoada e rabada com agrião e tomou caipirinha e cerveja. Vídeos no youtube mostram a residência humilde que Mujica mora e não trocou pelo palácio presidencial.
Quem não pode comparecer nesse evento histórico pode conferir a cobertura feita pela galera da PosTV e sentir a energia positiva da multidão que recepcionou Mujica.