Maconha e sua História: Introdução às Antiguidades Canábicas

por Rafael Moraes

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Usuários de Cannabis são constantemente azucrinados e questionados pela sociedade conservadora no que diz respeito à historicidade da erva. Mas afinal, que papo é esse de historicidade? Não bastasse os benefícios comprovados da maconha, agora temos que esclarecer sua origem e coexistência com o ser humano. Só assim as entidades retrógradas abandonarão seu discurso mentiroso e soberbo de que a maconha “nunca esteve presente” no desenvolvimento de nossas sociedades.

Naturalmente a Cannabis exerceu um papel fundamental em diversos âmbitos, desde sua presença ritualística e mitológica nas religiões antigas e contemporâneas, até seu papel terapêutico na medicina medieval e moderna. Dizer que ela foi agente passivo em nossa evolução é uma tremenda falácia. Tão essencial foi sua manifestação em nossa história, que graças a ela os Egípcios antigos conseguiam aliviar as dores das hemorroidas, os Hindus antigos propiciavam às mulheres parições menos torturantes, e até os Islâmicos (cuja religião atualmente condena qualquer método de uso da Cannabis) foram responsáveis por descobrir diversas propriedades analgésicas da verdinha. Não bastasse toda essa gama de benefícios, a maconha ainda era motivo de veneração e adoração por religiões.

O primeiro contato do homem com a Mary Jane se deu através dos chineses, há aproximadamente 6.000 anos atrás, onde esses faziam uso das propriedades têxteis da planta para a produção de roupas, papel, corda, etc. Enfatizando que o primeiro papel concebido na história da humanidade foi produzido pelo chinês Cai Lun, que utilizou na composição desse papel nada mais que….CÂNHAMO! Isso mesmo caros chapados, a existência do papel é atribuída às particularidades do cânhamo e sua (mais que óbvia) eficiência. Claro, não podemos parar por aí. O uso medicinal da maconha pelos chineses é mencionado na farmacopeia mais antiga do mundo (o  Shen Nung Pen Ts’ao ching) , que lista diversos tratamentos com o uso da erva: amenização das dores de reumatismo; tratamento da malária; agente anestésico; entre outros. “Mas os chineses usavam a Cannabis apenas na medicina, ou gostavam de chapar também?” você deve estar se perguntando. Bem, existem poucos indícios evidenciando o fumo da planta nas dinastias antigas, mas as tribos nômades do norte da China praticavam rituais Xamânicos e obviamente…FUMAVAM PRA CARALHO! Inclusive foram essas tribos as responsáveis por disseminar o uso alucinógeno da Cannabis pelo resto da Ásia. Os Taoistas usavam incensos de maconha para realizar meditações e rituais. E tem mais: no Tibete, a Cannabis era sagrada para os monges budistas!

É no mínimo lamentável que existam indivíduos por aí focados unicamente em depreciar e censurar a história e benefícios da maconha, e eu venho juntamente com este texto tentar extinguir esse pensamento, afinal de contas, se ao longo dos milênios a população vivera em conjunto com a maconha porquê só agora a sociedade patriarcal resolveu odiar a verdinha?”

Fontes:
http://www.chinaculture.org/gb/en_madeinchina/2005-06/28/content_70172.htm
http://books.google.com.br/books?id=TTHGp0euKmoC&pg=PA152&lpg=PA152&redir_esc=y#v=onepage&q=cannabis&f=false
http://www.biology-online.org/articles/history_cannabis_medicine_review/christian_era.html
http://www.druglibrary.org/schaffer/hemp/history/first12000/1.htm