“João é um anti-herói e a mocinha fuma maconha” diz Ísis Valverde sobre Faroeste Caboclo

Fonte Dammit

faroeste1Aconteceu ontem (20) em São Paulo, a exibição do filme Faroeste Caboclo, seguido de uma coletiva de imprensa com os atores Fabrício Boliveira e Ísis Valverde, o diretor do filme, René Sampaio, e o filho do cantor Renato Russo,Giuliano Manfrendini.

O filme conta a história de João de Santo Cristo, que nasceu no interior da Bahia e se mudou para Brasília em busca de condições melhores de vida. A música escrita por Renato Russo e eternizada pelo Legião Urbana, se tornou parte da vida de milhares de brasileiros e marcou não só uma, mas várias gerações, continuando presente em nossas vidas até os dias de hoje.

Para o diretor do longa, René Sampaio, a adaptação reuniu todos os elementos necessários para que a obra de Renato fosse respeitada.

”A gente nunca quis fazer um clipe da música. Um clipe de 100 minutos seria meio chato. Achei que a gente devia amplificar o sentido e o significado da história e, além disso, buscar o que era essencial. Então quando você assiste ao filme, você permanece com a essência dos personagens, com a essência do drama, sem perder o espírito”.

E essa essência é sentida a cada referência do filme à música. Frases e pequenos trechos são rapidamente reconhecidos pelos fãs, o que causa uma mistura de emoção e nostalgia.

O romance entre João e Maria Lúcia toma proporções maiores na obra cinematográfica. Mas a forma como os personagens foram construídos e desenvolvidos, tira do filme o rótulo de romantizado ou clichê. “João é um anti-herói e a mocinha fuma maconha. Não é um filme maniqueísta”, disse a atriz Ísis Valverde, que também comentou sobre a importância de Maria Lúcia na trama:

“A Maria Lúcia cerceia a história. Ela está ali para segurar a onda desses dois homens, desse anti-herói que vem com aquela sede de matar… Ela vem com a doçura, com o amor. A Maria Lúcia é o papel feminino nessa história masculina de tiros e armas e mortes e sangue. Ela é como uma rosa no meio daquele campo seco”.

A escolha de Fabrício Boliveira também foi um grande acerto. René Sampaio contou que foram realizados testes com diversos atores, brancos, negros e pardos, mas que viu em Fabrício o seu João perfeito.

O filme é violento, mas não explícito. Os produtores brigam na justiça para abaixar a censura de 16 para 14 anos, ainda antes da estreia, que acontece no dia 30 de maio.

Para encerrar, Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, comentou sobre a emoção de participar do projeto:

Faroeste foi feito para virar um filme. Foi destinado pelo meu pai para que virasse filme. Acompanhar esse resultado e participar disso… Não tenho nem palavras para descrever a minha felicidade e o meu orgulho. É verossímil, extremamente fiel, mas ao mesmo tempo autônomo, tem vida própria. Meu pai com certeza teria adorado”.

Leia nossa crítica do filme Faroeste Caboclo e confira os detalhes sobre a exibição gratuita que acontece hoje em São Paulo clicando aqui.