Incidência de reportagens que ligam a Cannabis ao tráfico

por Marcus Vinicius

Observando o histórico recente dos portais de notícia online mais acessados, como globo.com em nível nacional, zh.clicrbs.com.br a nível estadual e jornalnh.com.br em âmbito regional, é possível perceber o foco que o assunto “maconha” recebe no Brasil: a grande maioria das notícias são de cunho policial, tratando do combate ao tráfico de drogas no país e da atuação da polícia diante do mesmo.

Conforme a grande mídia exerce papel de destaque na formação da opinião pública, o acumulo de reportagens que tendem para esse mesmo viés — onde predomina um discurso repressivo — impacta diretamente na construção do estereótipo do usuário da Cannabis no imaginário dos indivíduos e da sociedade como um todo. Desse modo, ratificando a atuação do Estado, que faz uso de práticas visando apenas à redução da oferta como forma de lidar com a questão não só da Cannabis, mas também de todas as drogas ilegais.

Daí já é possível obter várias respostas e explicações sobre como e porquê as leis, e até mesmo um debate mais aberto sobre o tema ainda são encarados como tabu pela grande maioria. A compreensão e o entendimento são um dos primeiros passos para que possamos evoluir esse debate, posteriormente evoluindo as leis e consequentemente a sociedade enquanto coletivo.

Obviamente esse é um processo lento, do qual os frutos serão colhidos pelas próximas gerações, por isso, cabe à vanguarda do movimento canábico no Brasil atualmente — desde usuários a simpatizantes — demonstrar e elucidar todos os “poréns” que a opinião pública e o Estado julgam como fato real/oficial, assim, trabalhando de forma com que se torne possível a saída do assunto “maconha” das páginas policiais.