Muita gente não sabe, mas a “legalização” da maconha na Holanda não contempla todo ciclo da planta. Essa legalização entre aspas se dá pelo fato de toda venda no atacado para os coffeeshops ser ilegal. Eles vendem legalmente o que é comprado na ilegalidade.
Depois de décadas vivendo com essa contradição os governantes holandeses estão planejando um sistema de regulação do cultivo caseiro para atender a demanda dos coffeeshops.
O prefeito de Heerlen, Paul Depla, afirmou que 55 prefeituras holandesas apoiam a iniciativa. “Quando se regula a produção de maconha, se pode criar um sistema fechado. Um sistema desde a produção até a venda e finalmente, de compra de maconha. Aí então não se necessita mais de um mercado ilegal”, disse o prefeito em entrevista para a agência Efe.
A coalizão que governa a prefeitura de Amsterdam, formada por democratas, socialistas e liberais, aprovou nesta semana a regulação, com o apoio do Partido do Trabalho e da Esquerda Verde.
Vale lembrar que em 2013 o governo holandês alterou a lei de funcionamento dos coffeeshops em área de fronteira com outros países, obrigando estes a se transformarem em clubes privados com um máximo de dois mil sócios, que devem comprovar que são residentes legais na Holanda. O resultado foi um aumento da venda de maconha ilegal nessas regiões.
Não existe solução fácil e simples para alcançar um sistema de regulação plena e 100% pacífico da maconha. A única certeza que temos é que a proibição é um fracasso. A Holanda já “legalizou” e busca um caminho para aperfeiçoar o modelo. Pena que o Brasil está seguindo o caminho de endurecimento da repressão.