Em um passado não muito distante o ex-deputado Fernando Gabeira era o único parlamentar que “ousava” defender a legalização da maconha. Depois, quando candidato a governador do Rio de Janeiro, ele mudou do ideia dizendo que o Brasil “não estava preparado” para legalizar.
Agora, quando a maconha entrou com força na pauta política, Gabeira reaparece defendendo a realização de um referendo para decidir sobre a mudança na lei de drogas. “O Brasil está maduro para debater a questão da legalização das drogas, mas não sei se para aceitar, por isso acredito que a decisão deve ser feita por meio de referendo. É a forma mais difícil de acontecer, mas é a mais democrática e segura para implementar uma medida tão difícil como essa”, declarou em entrevista ao jornal O Globo.
O problema, nobre Gabeira, é decidir uma questão tão importante, que envolve direito de minorias, com a decisão da maioria. Democracia não é ditadura da maioria! O uso de drogas, por pior seja, deve ser uma decisão do indivíduo e não cabe ao estado estabelecer qualquer medida de controle sobre o corpo do cidadão. É ainda mais grave quando isso é decidido por consulta popular.
A sociedade não precisa “aceitar a maconha” ou qualquer outra droga. Elas vão continuar existindo e as pessoas vão continuar usando, independente da aprovação por referendo.
A legalização é urgente e necessária por uma questão de liberdades individuais e principalmente para acabar com uma guerra às drogas, responsável pelo extermínio de jovens pobres que se aventuram no mercado varejista das drogas. Legalizar é uma ação de paz e defesa da vida.