Dois terços dos uruguaios são contra lei que legaliza maconha, diz pesquisa

Fonte: OperaMundi

Dois terços da população uruguaia se opõem à lei que legaliza a produção e a venda de maconha no país, recentemente aprovada pelo Parlamento e promulgada na véspera da Natal pelo presidente José Mujica.

José Mujica

De acordo com pesquisa da empresa Equipes divulgada nesta sexta-feira (27/12), 66% dos consultados se disseram contrários, enquanto apenas 24% concorda com o sistema de produção e venda sob estrito controle do Estado.

O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 10 de dezembro com 700 idosos de 18 anos e com uma margem de erro de 3,7%. A rejeição é alta entre os simpatizantes dos partidos políticos de oposição, atingindo 92% dos eleitores do Partido Colorado e 85% do Partido Nacional ou “Blanco”.

A medida também é criticada o eleitorado progressista: 48% dos que se declaram apoiadores da coalizão governista de esquerda Frente Ampla, de situação, se manifestaram contra, enquanto 40% apoiam a iniciativa.

A lei, impulsionada pelo presidente Mujica, foi aprovada no dia 10 de dezembro pelo Parlamento uruguaio com os votos exclusivos dos legisladores da Frente, com maioria nas duas câmaras.

A nova legislação, que gerou grande polêmica tanto no nível internacional como no local, estabelece taxativamente o “controle e a regulação por parte do Estado da importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização, distribuição e consumo da maconha e seus derivados”.

O presidente Mujica sancionou a lei na terça-feira passada e desde a aprovação do Parlamento corre um prazo de 120 dias para sua regulamentação, que está a cargo da JND (Junta Nacional de Drogas) e vários ministérios, para que finalmente entre em vigor.
A nova legislação estabelece, além disso, a criação de um ente estatal regulador que se encarregará de emitir licenças e controlar a produção e a distribuição da droga.