Discutir legalização da maconha é agenda do século passado

Fonte: O Provocador

imageEnquanto o Brasil perde energia e tempo preciosos discutindo se autoriza o uso medicinal da maconha (cujo “sim” deveria ser uma resposta óbvia), o mundo desenvolvido, galáxias adiante, debate o retumbante fracasso internacional da guerra ao narcotráfico e a consequente liberalização do consumo de drogas em geral. Pois é.

Já externei meu ponto de vista sobre o assunto, em post que se intitulava “Brasil avança na guerra burra ao narcotráfico”. Ainda surta por aí um projeto de lei, do deputado Osmar Terra (PMDB), que sugere aumentar a pena para os pequenos traficantes, os pés-de-chinelo que já lotam nossas cadeias. Não duvido das boas intenções do deputado, só acho que ele deveria se informar melhor sobre o tema.

Sob qualquer ângulo que se analise, a repressão ao consumo de substâncias psicoativas é um equívoco. Custa bilhões em dinheiro, fora a incalculável perda de vidas humanas obrigadas a se mover pelo submundo da sociedade. Os mais modernos e conceituados estudos econômicos, sociológicos e psiquiátricos demonstram que o proibicionismo culminou em escalada de violência, corrupção e encarceramento sem precedentes, com retorno baixíssimo, sob qualquer ponto de vista.

Os EUA investem estimados US$ 10 bilhões anuais no combate sangrento ao narcotráfico, com um aparato policial de repressão incomparável. Ao final, continuam sendo os maiores consumidores de drogas ilícitas do mundo. Só isso já seria suficiente para demonstrar que a tática não está funcionando. Insistir nela passou a ser sinal de estupidez.

Manter essa guerra só interessa ao crime organizado. Enquanto o Brasil anda a reboque, discutindo maconha com argumentos enterrados no século passado, o narcotráfico se aproveita das leis de mercado e continua intocado, graças ao seu poder de corrupção e, principalmente, à ignorância de seus inimigos.