Dica do Maconheiro Experiente para o Novato!

Tenho 25 anos, e o fato de gostar da ganja – que eu nunca escondi de ninguém – não é aceito pelos meus familiares (mãe, vó, tias, tios, namorada: quase todos apreciadores de uma cerva, vodka, uísque) Também duvido que um dia será aceito, no entanto, o preconceito e até a ignorância apontados a mim não me afetam na maioria das vezes porque nunca fui irresponsável.

Comecei a fumar aos 21 (parece meio tarde, mas para mim foi a hora certa). De lá pra cá, já dei um intervalo de 2 anos sem THC, me formei no Ensino Superior, estou trabalhando, tentando passar num concurso na minha área, compondo boas músicas, etc… Ao contrário de quem apostou em me ver cheirando, fumando merla, crack, roubando para sustentar o vício, enfim, toda aquela lenga que todo bom maconheiro já ouviu. Minha realidade é esta.

A preocupação está no meu primo. Sua realidade é outra que hoje está com 18 anos, fumando desde os 16, numa frequência muito maior do que a minha, chegando às vezes a 3 vezes (mais de um baseado por dia) por semana e ainda acha que não tá exagerando. Pega recuperação em todas as matérias na escola (não por causa da cannabis, ele sempre foi preguiçoso assim mesmo, mas não deixa de ser uma brecha) anda direto com flagrante na mochila, faz um percurso longo a pé da escola para casa, correndo mais risco de tomar o bote dos canas. Há de se observar também seus pais: mãe professora e pai policial militar, que aparentam não terem descoberto ainda, ou pelo menos já enxergam as evidências, mas teimam em não acreditar, pois é evidente para todo mundo, meu primo dá muita pala.

Já conversei abertamente com ele na intenção de ajudar, alertei que ele é novo demais para ficar fumando, se for continuar é melhor abrir o jogo pros pais dele, mas ele afirma que é impossível, pois a mãe morreria de desgosto e o pai o mataria de porrada para depois morrer de desgosto também, e que prefere rodar na mão da polícia do que rodar em casa. Em partes eu concordo com ele, conheço a tia que tenho, ela realmente ficaria no mínimo doente, mas quanto a preferir ser pego pela polícia do que pelo pai, aí já é mentalidade de cabaço. Por essas e outras brechas eu acho que não vai levar muito tempo até eles descobrirem de fato.

Eu na condição de primo 7 anos mais velho, já tenho ciência que pode acontecer de eu ser acusado de tê-lo influenciado, porém muito pelo contrário, e ainda tenho provas de que sou contra as atitudes dele. Se ele não quer contar, por medo das consequências, eu respeito sua decisão, mesmo sabendo que essa covardia vai trazer consequências ainda piores. Já viu policial que não sabe reconhecer um maconheiro? Pois então.

Detesto essa postura rancorosa de ficar na defensiva. Estou disposto a ajudar meus tios, DESDE que não me apontem como bode expiatório. Não consegui fazer mais resumido que isso. Tenho certeza que em breve escreverei o desfecho.

Relato de um leitor enviado para redacao@hempadao.com