“Deixa os garoto brincá”

por S. M. Hermes

O debate dos candidatos à presidência do Brasil, ocorrido na semana passada e transmitido pela Band, indica bem a situação do nosso país — que é de total desamparo. A maioria dos presidenciáveis falou em privatizar, diminuir a máquina pública, reduzir o Estado, mudar a legislação trabalhista, etc. Em suma, o objetivo seria o de, ao invés de fornecer a sociedade serviços públicos de qualidade através do Estado, tornar os indivíduos cada vez mais dependentes de multinacionais.

Obviamente, as classes menos abastadas, as minorias, os indivíduos que vivem as margens da sociedade, necessitam mais urgência na resolução dos seus problemas. Porém, infelizmente, são os que menos recebem atenção do Estado e das empresas.

E, mesmo que assim seja, não é dever do Estado vigiar e punir, pelo contrário. Proibicionismo é retrocesso! Pois, como diria o poeta, “Deixa os garoto brincá”.

“– O rei! Eu o julgava suficientemente filósofo para compreender que não existe assassinato em política. Em política, meu caro, sabe tão bem quanto eu, não existem homens, mas ideias; não existem sentimentos, mas interesses; em política, ninguém mata um homem: suprime-se um obstáculo, ponto final. ” – Alexandre Dumas, em O Conde de Monte Cristo (1845).

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Um camarada me mostrou um vídeo do Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, falando que a solução pros problemas do Brasil poderia vir com a eleição do Bolsonaro. Além disso, ele falou mais um MONTE de m****, tanto que nem consegui prestar atenção direito no vídeo todo. O discurso desse cara é o típico caso de white people problems, onde o homem branco e privilegiado não consegue enxergar o mundo ao seu redor, pois, conforme seus “medos” aumentam, os antolhos da sua ignorância também.

E o mais interessante de tudo, é que, teoricamente, esse cidadão tem um QI acima da média — ou seja, a situação é um verdadeiro “paradoxo do pretérito imperfeito”.

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“Se a televisão se recusa a olhar para alguma coisa, é como se essa coisa jamais tivesse acontecido. Isso pode apagar o que quer que seja, até mesmo continentes inteiros, como a África, hoje um grande deserto, onde milhões e milhões de bebês, com mil anos de história novinhos em folha se agitando diante dele, morrem de fome. ” – Kurt Vonnegut, em Armagedom em retrospecto (2008).