Defensores da maconha medicinal fazem panfletagem na Pampulha

Fonte: O Tempo

O Grupo Repense fez panfletagem na Pampulha, na manhã deste domingo (28). O objetivo é chamar a atenção da sociedade e poder público para a necessidade de regulamentação do uso da maconha, para fins medicinais, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

A concentração acontece próximo da Igreja de São Francisco de Assis, na orla da lagoa. Os folhetos trazem informações sobre as aplicações da Cannabis sativa.

Fazem parte do manifesto familiares e pessoas que precisam com urgência da substância. Em alguns casos, o tratamento convencional já foi abandonado, frente a eficácia do extrato da maconha.  Outros têm até autorização para importar o remédio, porém o processo custa caro, além de ser demorado.

Propriedades e aplicações

A Cannabis sativa, planta usada para produzir a maconha, tem propriedades medicinais reconhecidas em farmacopeias há mais de 2 mil anos. Centenas de novos estudos produzidos a partir dos anos 60 ajudaram a entender o mecanismo de ação dessa terapia e a comprovar sua eficácia no caso de algumas enfermidades.

A planta possui cerca de 70 compostos chamados de canabinoides, sendo que o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol) são os mais estudados, responsáveis pela maioria de suas propriedades terapêuticas.

Atualmente, países como Canadá, Israel e Holanda possuem programas federais para fornecer maconha medicinal para os pacientes. Em dezenas de outros países, também se comercializam extratos naturais de Cannabis, ricos em THC e/ou CBD, com finalidades terapêuticas.

Estes programas e produtos atendem, principalmente, pacientes de esclerose múltipla, dores crônicas e de câncer que fazem quimioterapia – o THC é um dos tratamentos para náusea e vômito recomendados pelo National Comprehensive Cancer Network, principal rede de centros de pesquisa em oncologia dos Estados Unidos.

Em 2013, o canabidiol passou a ser usado em diversos países para o controle de convulsões em pessoas com epilepsia refratária, depois do relato de diversos casos de sucesso nos EUA. No Brasil, esta aplicação tornou-se popular em março de 2014, com a divulgação do caso de Anny Fischer, criança portadora da síndrome CDKL5 que tornou-se a primeira brasileira com autorização judicial para usar um produto de maconha no país.