Convivendo com a Mentira! [CaosInCasa Ed. #213]

Era uma tarde de quinta-feira quando eu e uns amigos decidimos nos reunir para fazer um pouco de fumaça. Após fumar alguns baseado a massa acabou e decidimos sair para comprar mais.

Na ida foi tudo bem. Compramos o bagulho e quando estava voltando tranquilamente escutei um barulho familiar atrás de mim: era minha mãe de moto. Naquele instante minha única reação foi esconder a bagana que por bobeira estava na minha mão. Sem hesitar puxei a bermuda e joguei o flagrante dentro da cueca. Infelizmente a mãe percebeu o movimento e pediu para mostrar o que estava escondido. Felizmente consegui acalma-la e para continuar aquela conversa em casa

Cheguei em casa e encontrei minha mãe e meu pai sentados no sofá aos prantos. Isso já foi um choque para mim, tive proporção do tamanho do problema que iria enfrentar mas mesmo assim tomei coragem e contei toda a verdade, não escondi nada. Comecei a falar o porquê de eu ter começado a fumar, o porquê de eu ter continuado e aqueles vários argumentos defendendo a erva. Os bombardeei com verdades mas nada adiantou, simplesmente ignoraram tudo o que eu disse como se eu fosse um louco, um drogado.

E foi com frases do tipo “Você é a maior decepção da minha vida”, “Nós vamos te internar”, “Prefiro ter um filho morto do que um filho drogado” que encerramos a conversa, aquele com certeza foi o pior dia da minha vida.

No dia seguinte aquele clima pesado tomava conta da casa, minha mãe chorando por todos os cantos da casa, meu pai visivelmente abatido sem forças nem para trabalhar, foi barra! Foi então que decidi fazer um acordo com a minha mãe. Disse que ficaria 1 mês sem fumar e faria o exame para comprovar isso, mas em troca ela ouviria com atenção tudo o que eu tinha para falar e procuraria se informar mais sobre o assunto. Digamos que ela aceitou.

O mês passou e como prometido eu não fumei Foi então que lembrei minha mãe do acordo, me coloquei a disposição para fazer o exame de sangue mas ela não fez questão que eu fizesse. Nesse período de tempo separei várias reportagens, documentários, filme para tentar fazê-la “abrir a cabeça”, mas ela simplesmente se recusou dizendo que nunca iria aceitar, que eu estava destruindo a família e que ela estava ficando muito doente por minha causa.

O tempo foi passando e a situação só se agravava, foi então que decidi que o melhor a fazer era mentir dizendo que iria parar de fumar. Chamei os meus pais para presenciar o desfecho de uma falsa bagana descendo esgoto a baixo, e dei um falso fim a essa história. Desde então as coisas começaram a melhorar.

Odeio ter optado pela mentira mas foi a melhor maneira que eu encontrei de evitar maiores problemas. Já se passaram três meses e eu continuo fumando, porém mais empenhado nos estudos. Vou começar a trabalhar em breve e conquistar minha independência financeira.

Agora só posso esperar que o tempo mostre que eles estão errados, que maconha usada de forma moderada não atrapalha em absolutamente nada, totalmente pelo contrário… Só quem usa sabe.