Conversativa com Autora do Blog da Maryjuana

Hoje é dia de mais uma entrevista no Conversativa, sete perguntas em tom descontraído que tem revelado um bocado de informação e humor dentro da militância canábica e também entre artistias de diversos ritmos. Hoje vamos mais uma vez abrir espaço para o blog Maryjuana, mas desta vez não só indicando, e sim entrevistando sua autora! Com direito a dabs e dubs, aproveite a entrevista:

1) Eu curto o Maryjuana porque me identifico com a Titia, jornalista, criativa, autora de bons textos e com muita informação. Quando começou o blog e de onde saiu a ideia?

Bom, em primeiro lugar obrigada por todos os elogios!!! Sou leitora do Hempadão há longa data e ser reconhecida por vocês é uma honra! O blog começou em abril de 2012, graças a parceria com um amigo publicitário e designer que me ajudou na criação do layout e identidade visual (thanks, Kbra, love you! <3). Mas, na verdade, a ideia de escrever sobre maconha já vem desde os tempos da faculdade de Jornalismo e da primeira vez que li uma High Times, há uns bons anos atrás. Penso que, como jornalista e canabista (não necessariamente nessa ordem, rsrs), o mínimo que eu posso fazer pela causa é usar meus conhecimentos a favor da produção de informações e conteúdos diversos sobre a erva.

2) Você também foi cobrir a Cannabis Cup lá em Amsterdam ano passado!! Conta pra gente suas impressões, o que te deixou mais feliz por lá? E algo te incomodou?

Cobrir a 25ª High Times Cannabis Cup, em Amsterdã, foi certamente uma experiência única tanto pessoal como profissionalmente. Visitar a Holanda era um sonho antigo e essa foi, sem dúvida, a viagem mais esperada e desfrutada da minha vida! 😀 Achei o evento em si um pouco comercial e disperso demais, já que tudo ocorre nos coffeeshops e no esquema “cada-um-por-si”, mas gostei das palestras que vi (especialmente com a Mila Janssen, Soma e Nol van Schaik). Gosto MUITO de café e maconha, então sou suspeita pra falar a respeito. Amei tudo por lá e nem sequer me importei com alguns buds pipoquinhas que tive que dropar, nem mesmo com a grosseria dos atendentes de alguns cafés, que praticamente mandam os clientes embora antes mesmo do beque chegar na ponta. Ruim mesmo é só o Real ser tão desvalorizado em relação ao Euro, o que torna a viagem invariavelmente cara, especialmente pra quem quer experimentar todos os buds, hash’s e óleos da parada. Ah, pretendo voltar na primavera/verão, pois o frio é cruel em novembro! 😀

3) Se existisse um campeonato mundial de militâncias pela legalização da maconha, você acha que o Brasil estaria bem representado?

Confio plenamente no potencial dos militantes brasileiros e me surpreendo a cada dia com o altíssimo nível da galera que conheço. Se todos os ativistas brasileiros se unirem, a despeito de diferenças ou interesses pessoais, o movimento será imbatível e, a legalização, certeira.

4) A titia trabalha com o que mais, além do blog? E enfim, a autora do blog é quem? Tem quantos anos? O que faz da vida além de dar um dois?

Em primeiro lugar, temos que esclarecer que esse papo de “titia” foi uma brincadeira que acabou pegando – mas tô bem longe de me enquadrar na categoria “tiazinha”, embora tenha um sobrinho de 10 anos, até porque eu mesma só tenho 30! 😀 Sou jornalista e, sob minha identidade careta, escrevo para revistas, jornais e sites dos mais variados, mas principalmente nas áreas de cultura, gastronomia e turismo. Também sou colaboradora da revista semSemente e possuo uma série de talentos incipientes e secretos, incluindo jardinagem (claro!), yoga e pole dance (ui!).

5) Legalizou num dia, o que você faria no outro?

Colocaria todas as plantas na janela, distribuiria clones e sementes pros vizinhos e acenderia uma vela no meio da multidão (se bem que isso já faço de vez em quando, né uhauhauha).

 

6) Como você vê a importância de movimentos de produção de conteúdo nessa luta pela legalização da maconha?

Informação é fundamental para a luta pela legalização, então apoio toda iniciativa honesta e que se proponha a agregar e jogar limpo eticamente falando – e aqui eu entro naquele papo chato de plágios e imitações falsetas que estamos cansados de ver por aí. Digo isso pois esses tempos achei um dos textos mais clássicos da Mary grosseiramente plagiado em um site totalmente comercial – e isso não é informar, mas sim jogar sujo e querer lucrar em cima de um trabalho 100% ativista. Até uma criança sabe que citar as fontes e os links originais é obrigatório para dar credibilidade à informação, então quem não respeita o trabalho alheio por malandragem não merece ser lido/assistido! No mais, estou feliz demais por acompanhar e fazer parte do crescimento do jornalismo canábico no Brasil, pois creio que seja esse o ingrediente que faltava para mudar de vez a tal da “opinião pública” sobre a maconha.

 

7) Pra fechar, a pergunta é seguinte: qual seu maior sonho canábico?!

É lógico que é poder ter a honra de noticiar a legalização da maconha no Brasil! E que seja em breve! 🙂