Como uma onda: o que pode e não pode no turismo da maconha

RIO – No primeiro dia do ano, o icônico letreiro de Hollywood amanheceu diferente. Nele, lia-se “Hollyweed”, um trocadilho com o termo em inglês para “erva” (“weed”). A curiosa brincadeira antecipa o assunto que está no ar não apenas em Los Angeles, a maior cidade da Califórnia, um dos quatro estados americanos que aprovaram, nas eleições de novembro, o uso recreativo da maconha. Uma onda que começou há muito tempo na Holanda, já tomou nove estados americanos e dá ainda mais fôlego para o turismo da cannabis, com agências e operadoras, lojas e até empresas de hospedagem voltadas para quem curte esse tipo de viagem.

Fonte: O Globo

Ainda que os principais objetivos das leis que regulamentam o uso, o comércio e a produção da droga estejam mais ligados a questões como saúde, segurança e arrecadação de impostos, essas políticas acabam atraindo visitantes. E por mais liberais que os destinos pareçam, é preciso respeitar as regras locais, para que a viagem não acabe em uma bad trip.

Na festiva Amsterdã, por exemplo, a erva só pode ser comercializada nos famosos coffeshops, onde menores de 18 anos não entram e cada pessoa pode comprar até cinco gramas por dia. Também é preciso ficar atento às leis na Espanha, onde a existência dos clubes canábicos, sobretudo em Madri e Barcelona, passa a sensação de que o país pode ser uma nova Holanda. Mas esses grêmios, legalmente, são restritos a membros, que devem ser moradores das cidades onde se encontram.

Na Jamaica, as leis em relação ao consumo e porte da ganja, como a planta é chamada por lá, também foram bem suavizadas nos últimos anos. Desde 2015, cada cidadão pode plantar até cinco pés de maconha, o porte de até 56 gramas foi descriminalizado e alguns locais particulares permitem o consumo. Mas não encare o país como um parque temático da fumaça: comprar e vender maconha por lá ainda é proibido.

O Uruguai também aparece neste roteiro desde que o governo legalizou a produção e a comercialização, mas apenas para uruguaios ou estrangeiros que morem no país. Para os demais, uma sugestão é visitar o novo Museo del Cannabis, aberto em dezembro em Montevidéu.

 

EUA: indústria crescente, mas com preços altos

por Henrique Gomes Batista

WASHINGTON DC – O país que há 80 anos convivia com a Lei Seca, proibindo bebidas alcoólicas, agora lucra com o turismo da maconha. A experiência do Colorado — onde metade dos viajantes afirmam ir justamente por causa da marijuana — tem inspirado outras localidades. Em breve será possível unir uma viagem de jogos a Las Vegas, os vinhedos do Napa Valley, ou dar uma esticada de Nova York a Boston para curtir a erva.

Mas apesar da aura de liberdade, o turista que pretende aproveitar uma ida aos Estados Unidos para usar maconha em um ambiente legal, sem culpa ou peso na consciência, precisa estar atento às regras locais. E preparar o bolso, pois terá de, literalmente, queimar um bom dinheiro.

Ao mesmo tempo que consagraram Donald Trump como o novo presidente, as eleições americanas de 8 de novembro permitiram que mais quatro estados liberassem o uso recreativo da maconha: Califórnia, Nevada, Massachusetts e Maine se juntam ao Colorado, Washington, Oregon, Alasca e ao Distrito de Columbia (onde está a capital americana), onde a erva é permitida. Quando a venda e o consumo estiverem permitidos nos novos estados, o que pode demorar até dois anos para as regulamentações, nada menos que 68,2 milhões de pessoas (ou um em cada cinco americanos) vão morar em locais em que o uso recreativo da droga é legal.

Mas mesmo no Colorado a liberdade é condicionada: o turista pode comprar, mas não pode fumar em locais públicos. A maioria dos hotéis de Denver, por exemplo, não permite o fumo. Da mesma forma, é totalmente proibido dirigir sob efeito de maconha. Com isso, aumenta a criação de pequenas pousadas onde o fumo é liberado — o site travelthc.com reúne várias delas —, o que encarece a experiência para o turista, que precisa pagar para estes estabelecimentos e contratar a logística para chegar até lá, normalmente em vans.

— Os turistas devem, obviamente, conhecer as leis locais sobre o uso de cannabis antes de entrar na diversão. E, infelizmente, não há muitas opções para turistas que desejam legalmente consumir maconha, ao menos até agora. Atualmente, o consumo público de marijuana é proibido, embora uma lei recente aprovada pela cidade de Denver, permitirá a criação de “bares de maconha” ou locais semelhantes, onde o uso público ou “social” de maconha será permitido.

No entanto, esta lei ainda não entrou em vigor e os únicos locais para consumir cannabis legalmente hoje estão dentro de propriedades privadas — explica Graham Abbott, editor-chefe do Ganjapreneur.com, site especializado em notícias sobre a erva.

À venda, pacotes turísticos da erva

Mas o Colorado, famoso até então por estações de esqui, como Aspen, tem se beneficiado da legalização recreativa da maconha. Segundo pesquisas, 49% de seus visitantes levam em conta a possibilidade do uso da maconha ao decidirem seu destino, enquanto 22% apontam a liberalidade como fator determinante. Desde o início da experiência, em 2014, Denver e outras cidades exibem recordes de recebimento de turistas e isso tem ajudado a aquecer a economia do estado: os recursos gerados melhoraram as escolas locais e atraíram uma série de empreendedores.

Uma boa ferramenta para o viajante interessado é o site coloradopotguide.com. Nele é possível contratar empresas que vendem pacotes turísticos da maconha, locais onde o fumo é permitido e ter acesso ao mapa das lojas. E, nesta hora, é bom preparar o bolso. Na tradicional Green Man (greenmancannabis.com) o preço da maconha recreativa — sem contar as taxas — varia de acordo com o tipo e a qualidade da erva, mas o grama básico sai a US$ 19 (R$ 65), e a onça (28 gramas), a US$ 480 (R$ 1.656).

O local oferece baseados prontos por US$ 8,25 (R$ 28) e uma outra infinidade de versões, como extratos, chás, adesivos de maconha, chicletes, vaporizadores e até supositórios com a erva, em preços que variam de US$ 17 (R$ 59) a US$ 65 (R$ 225). E estes investimentos estão criando uma nova classe de produtos de maconha e a um novo tipo de turismo, mais sofisticado e completo:

— Acredito que os verdadeiros conhecedores da cannabis terão um apelo para este tipo de turismo especializado, da mesma forma que os amantes de vinho viajam para o Napa Valley (Califórnia). Se olharmos para a cerveja e o vinho como um modelo, certamente há um elemento de turismo que existe não só no que se refere ao uso dessas substâncias, mas a produção e manufatura — diz Paul Armentano, diretor da Organização Nacional pela Reforma das Leis da Maconha (NORML, na sigla em inglês).

Para Armentano, existe um nicho de conhecedores de maconha que estará disposto a fazer viagens com base em ter uma experiência única. E como outros ativistas do tema, diz que a legalização total da maconha em todo os EUA é questão de tempo.

Na capital, legalização parcial

Da mesma forma, há guias para quem pretende aproveitar uma ida a Seattle para usar a erva, usufruindo da legalização em Washington (potguide.com/washington) e nas montanhas do Oregon (potguide.com/oregon). Nestes estados, as restrições para o uso público da maconha e os preços são semelhantes aos do Colorado. No Alasca a legalização ainda está em fase inicial — começou em novembro —, enquanto no Distrito de Columbia é permitido o uso, mas não a venda: os moradores da capital americana têm a permissão para plantar a erva em casa.

Assim, é preciso ser amigo de um local para usufruir a marijuana e cuidar com as restrições locais: fumar em ruas ou bares, por exemplo, segue proibido, embora a sanção agora seja mais suave, similar à punição por consumir bebidas alcoólicas na rua.

Ainda não está claro qual será o nível de tolerância dos novos estados com o uso de maconha para os turistas: os legisladores da Califórnia, por exemplo, têm dito que o grande objetivo é atender a população, e não gerar um polo de atração de visitantes. O mesmo ocorre em Massachusetts, o que pode gerar algum embaraço para o turista-fumador de Nova York, que sonha com que chegue a hora para aproveitar as quatro horas de trem que separam as duas cidades.

Já no estado de Nevada, muitos acreditam que será mais difícil impedir que a marijuana chegue aos turistas em Las Vegas, que para muitos puritanos já é a “cidade do pecado”.

 

Colorado: parece farmácia, mas não é

por Mariana Sanches

STEAMBOAT SPRINGS, COLORADO – A fachada lembra a de uma farmácia, com uma cruz em neon verde na vitrine. Excluindo-se a cor do símbolo, nada sugere pelo lado de fora que ali dentro vende-se maconha. Na entrada, um funcionário checa identidades. Ninguém sem documento que comprove ser maior de 21 anos é admitido em nenhuma das três lojas de maconha da pequena Steamboat Springs, uma cidade de 12 mil habitantes no interior do Colorado, o primeiro estado americano (junto com Washington) a liberar o comércio da droga, em 2014.

Dentro da loja, o ambiente é claro, iluminado, limpo e asséptico. Nada que lembre as imagens sombrias de barracões de endolação de drogas. Em potes de vidro, botões secos de flor de mais de 30 tipos da erva estão expostos. Cada um deles promete um efeito específico.

A Bubba Kush, por exemplo, tem aroma adocicado de pinho e diminui a insônia e a ansiedade, embora possa causar formigamento em partes do corpo. Já a Cheese, que ganha esse nome graças ao seu cheiro frutado de queijo, tem 20% de THC e ajuda a reduzir dores de cabeça e ataques epilépticos, embora possa provocar boca e olhos secos.

Uma balança de precisão conta cada grama do valioso material, produzido em fazendas certificadas e autorizadas pelo governo. Os atendentes da loja são capazes de orientar os consumidores sobre a melhor escolha para cada fim.

Se o objetivo no uso da droga é puramente recreativo, há ainda opções como waffles de maconha, chicletes e chocolates. Não é preciso ser residente do local para comprar. O lugar vende variedade de papel seda e cachimbos — os chamados pipes — para o consumo da erva. Turistas são bem-vindos. Mas nada pode ser consumido na loja ou em locais públicos. Todos os compradores deixam as lojas de maconha medicinal com insuspeitos saquinhos de papel pardo, sem qualquer indicativo de seu conteúdo.

As três lojas ficam distantes do centro comercial da cidade, para não melindrar a sensibilidade de habitantes mais conservadores. Apesar da preocupação dos contrários à liberação da droga quanto a um possível aumento da violência, não houve qualquer alteração nos ótimos índices de segurança da cidade. Famosa pelas montanhas propícias para a prática de esqui, Steamboat Springs continua pacata como sempre. E ainda mais atraente para determinado público.

 

Europa: cafés de Amsterdã e casarões de Barcelona

por Vivian Oswald

LONDRES – Foi na Europa que o chamado turismo da cannabis chegou primeiro, desde que a Holanda permitiu que se vendesse maconha nos coffeeshops, os únicos estabelecimentos autorizados a fazê-lo já há alguns anos. Diz-se que um terço do turismo no país, sobretudo na capital Amsterdã, se deve à procura pelas famosas “cafeterias”, e dados encomendados pela cidade de Maastricht indicam que os turistas-fumantes deixam em solo holandês um pouco mais de € 140 milhões por ano. Isso porque também acabam gastando com hotéis, lojas, entre outros programas e passeios.

Por mais que muitos países da Europa venham fazendo vista grossa para o consumo de cannabis, as leis são duras. Mesmo nos Países Baixos: em tese, não se pode produzir maconha na Holanda. Mas tolera-se a venda nos coffeeshops. E, ainda que possam frequentar estes estabelecimentos, não quer dizer que o turista possa fazer o que que quiser. Qualquer um pego com mais de cinco gramas de maconha em território holandês pode ser preso.

Museu dedicado à erva

A cultura da cannabis nos Países Baixos inspirou também a criação do Hash Marihuana & Hemp Museum, dedicado à longa história do consumo da erva pela humanidade. No vasto acervo em Amsterdã, há objetos antigos que eram usados para fumar a erva e pinturas de séculos passados, mostrando situações de consumo. Há uma filial do museu no Bairro Gótico de Barcelona, que funciona no histórico Palau Mornau, um prédio do século XV, que foi reformado em estilo modernista em 1908.

Na Espanha, é proibido produzir ou vender maconha. Pode-se, contudo, plantar para fins pessoais. E não há problemas em consumi-la em caráter privado. Mas desde 2011, um fenômeno curioso disseminou-se pelo país, sobretudo, em Barcelona, no País Basco e Valência, depois que a legislação antitabaco voltou a ser discutida e uma das novidades era a permissão para o fumo em lugares fechados destinados exclusivamente a isso. Uma interpretação mais criativa da lei permitiu a formação dos chamados “clubes da cannabis”.

São associações de entusiastas e consumidores que plantam para consumo próprio. Em tese, só podem se reunir em torno delas moradores das cidades onde esses clubes se encontram, com mais de 21 anos, que tenham sido apresentados por outros membros. Também não é permitido se associar a mais de um clube. Eles são responsáveis por todas as despesas de manutenção dos grupos, que são instituições sem fins lucrativos.

Mas já há quem diga que existe espaço para estrangeiros e que a Espanha poderia estar se tornando a nova Holanda. Ainda mais num momento em que o governo holandês volta a estudar restrições ao consumo. O fato é que é proibido comprar ou vender qualquer quantidade de maconha na Espanha, assim como consumir em locais públicos sob pena de multa.

Cerca de 700 clubes

Mas atualmente, existem cerca de 700 clubes na Espanha. Em 2010, não passavam de 40. Até agora, estas associações se sustentam principalmente na jurisprudência de sentenças. Não há uma regulação penal nem administrativa que seja clara.

Já Portugal foi o primeiro país do mundo a descriminalizar o uso de todas as drogas, em 2001, quando começou a tratar os consumidores como pessoas doentes, em vez de criminosos. Mas as pessoas podem ser presas ou levadas para tratamento se forem pegas várias vezes. O dinheiro que economizam nas prisões é investido nos centros de tratamento. Ainda assim, a comercialização e a produção continuam ilegais.

Na maioria dos países europeus não é possível comprar, vender ou consumir maconha, embora o porte em pequenas quantidades seja tolerado, como na República Tcheca. Na Suíça, podem-se plantar até quatro pés para consumo pessoal. Vender ou transportar a planta também é proibido.

Em muitos desses países, como Espanha, Portugal, Suíça, Bélgica, Alemanha e Bulgária, também é permitida a comercialização de alimentos e bebidas feitos à base de sementes da cannabis sativa, com baixo teor de THC, a substância responsável pelo efeito da maconha. Na Islândia, onde é mais fumada no mundo, a erva é proibida.

 

Uruguai e Jamaica: onde há fumaça sem fogo

Nem sempre onde há fumaça, há fogo. Enquanto a Holanda e parte dos Estados Unidos combinam o consumo recreativo da maconha à indústria do turismo, em outros países onde a regulamentação é mais frouxa, isso não acontece. Oficialmente, pelo menos. No Uruguai e na Jamaica, visitantes estrangeiros não podem usufruir da abertura das leis.

Desde que legalizou a produção, a comercialização e o consumo da maconha, em 2014, o Uruguai passou a ser visto como uma espécie de Holanda sul-americana. Mas a legislação do país vizinho diz que apenas uruguaios ou pessoas que vivem no país podem comprar a maconha em farmácias cadastradas, em quantidades limitadas a dez gramas semanais ou 40 mensais. Tudo para não estimular o “turismo da cannabis”. Ainda assim…

— Estrangeiros podem fumar, mas não podem comprar. E no museu tratamos cannabis e tabaco do mesmo jeito que no resto do país: é permitido fumar em áreas abertas, e proibido em locais fechados — explica Eduardo Blasina, diretor e um dos fundadores do Museo del Cannabis de Montevideo, o primeiro no Hemisfério Sul dedicado ao assunto.

Leis brandas na Jamaica

O museu abriu as portas em dezembro, em um discreto casarão no bairro de Palermo. Parte do acervo foi emprestado pelas unidades do Hash Marihuana & Hemp Museum em Amsterdã e Barcelona. O espaço tem também um pequeno jardim botânico, com plantas nativas uruguaias e diversas espécies de cannabis, e um bar com clima de hostel, com festas temáticas toda semana.

A liberalidade com que o Uruguai trata o consumo de maconha (descriminalizado desde os anos 1970) também rendeu comparações à Jamaica, ainda que o país caribenho só tenha relaxado sua legislação há pouco. Apenas em 2015 o porte de até duas onças (56 gramas) de maconha foi descriminalizado. Além disso, cada adulto agora pode plantar até cinco pés da planta, antes limitada à prática religiosa dos rastafáris. Ainda assim, a comercialização continua proibida.

De acordo com relatos de viajantes, é possível comprar a erva nas ruas, nas praias ou até mesmo em pontos turísticos, como o Bob Marley Museum, em Kingston, onde inclusive, o consumo é tolerado num pátio aberto. Mas é bom ressaltar que essa não é uma prática oficializada.

 

ONDE USO MEDICINAL É PERMITIDO

A flexibilização da lei antidrogas da Jamaica pode ser um primeiro passo para a oficialização do consumo da maconha na ilha, nem que seja para fins medicinais. O próprio ministro de Turismo jamaicano, Edmund Bartlett, já revelou que o governo pretende criar zonas onde o uso “para bem-estar e saúde” seria permitido, sobretudo em resorts all-inclusive.

O reconhecimento da cannabis como tratamento de doenças é um tipo de “porta de entrada” para o uso recreativo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Califórnia, onde o uso medicional já era regulamentado desde 1996 e, em novembro, os eleitores aprovaram a legalização do uso recreativo. Nas mesmas eleições, três estados (Flórida, Arkansas e Dakota do Norte) aprovaram o uso medicinal da erva.

Legalizar a maconha recreativa é o que pode acontecer ainda este ano no Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau deve enviar até meados de 2017 o projeto de lei para legalizar o uso recreativo, o que aconteceria com forte regulamentação. Também sob influência dos acontecimentos nos Estados Unidos, o México avança no debate para a legalização da maconha medicinal, enquanto a capital do país tem se mostrado mais aberta ao uso recreativo do que outras metrópoles latino-americanas.

Na América do Sul, a cannabis pode ser aplicada no combate a doenças no Chile e na Colômbia. Já Croácia, Alemanha, Itália, Espanha, França, Polônia e Israel são outros países em que o uso medicinal é autorizado, com restrições em níveis variados. Na Austrália, plantação e uso da erva para esse fim são permitidos em alguns estados.