Com legalizações, startups da maconha recebem investimento recorde em 2019

Setor recebeu US$ 1,3 bilhão em apenas seis meses; em 2018, valor total foi de US$ 1 bilhão

Fundos de venture capital estão de olho da maconha legalizada e já fizeram investimento recorde nas startups desse setor neste ano. De acordo com um estudo da consultoria PitchBook Data, o investimento em 2019 já superou o montante destinado a essas companhias durante todo o ano de 2018. O estudo mostra que o crescimento “agressivo” dos investimentos é uma forma de apoio dos fundos à legalização da maconha em escala federal, como acontece no Canadá, por exemplo.

MULHER ESCOLHE POTE COM MACONHA DENTRO DE LOJA (FOTO: HEATH KORVOLA VIA GETTY IMAGES)

Fonte: Época

Segundo a pesquisa, nos seis meses de 2019, as startups que trabalham com cannabis já receberam US$ 1,3 bilhão em capital de risco. No ano passado inteiro, o total foi de US$ 1 bilhão; em 2017, de US$ 370 milhões.

Nos Estados Unidos, a legislação varia de acordo com os estados. Em dez deles, mais o Distrito de Colúmbia, da capital Washington, legalizaram completamente o cultivo e consumo da droga. Outros 33 permitem o uso medicinal da planta – em 14 há restrição ao tetra-hidrocanabinol (THC), o princípio ativo alucinógeno da maconha, mas permitem o consumo de produtos que usem o CDB, substância que é usada, por exemplo, no tratamento de epilepsia.

De acordo com o site Axios, o valor investido se distribui entre diversos players, de produtores a startups de logística, finanças, varejo e acessórios. Apesar do número já maior do que o de 2018, o valor ainda é pequeno em comparação com outros mercados.

Além disso, a questão da legalização pode se tornar uma “pegadinha” para a indústria da cannabis. Para ilustrar o conceito, o Axios faz uma lista de questionamentos: por que produtores precisarão de transportadoras especializadas se puderem trabalhar com a FedEx? Por que dispensários precisarão de fintechs quando bancos puderem cuidar de suas contas?

O site ouviu Brendan Kennedy, CEO da startup canadense Tilray, o primeiro unicórnio do setor da maconha, listada na bolsa norte-americana Nasdaq. “Investir em empresas especializadas que se tornarão irrelevantes após a legalização nunca fez sentido para mim. Eu acredito que, eventualmente, esses investimentos não reverterão em nada”, afirma.