por S. M. Hermes
Envio essa carta ao Universo e qualquer criatura que se deparar com a mesma…
Sou habitante de um planeta do Sistema Solar chamado Terra. A vida se desenvolveu aqui em um bilhão de anos, culminando hoje (infelizmente) na espécie humana. Resumindo, nossa sociedade consiste em muita hipocrisia, no popular “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, onde poucos têm muito e muitos têm pouco. Somos racionais, porém às vezes nos falta empatia.
Além disso, muitas coisas são proibidas aos humanos em geral (os que têm pouco), em suma pelo interesse dos outros poucos humanos que detém o poder e, portanto ditam as regras. Por exemplo, existe uma minoria que é usuária de Cannabis — Cannabis é uma planta venerada ao longo da nossa história e que se consumida causa alterações de percepção.
P.S.: Existem várias outras minorias que sofrem muito mais com as imposições da maioria.
Ela é classificada pela ciência como uma droga perturbadora do sistema nervoso central e hoje em dia é proibida em diversos lugares daqui, motivando discórdias sem nexo e guerras desnecessárias que matam vários humanos.
Esses lugares são chamados de países. Cada país tem suas proibições ou não; um independente de qualquer outro. A Cannabis tornou-se proibida na Terra basicamente por motivação financeira, mascarada como uma luta contra o “mau” pelo governo dos Estados Unidos — país que acredita ser o grande senhor da Terra, impondo seus interesses através de violência e embargos. E por incrível que pareça isso funciona.
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Desde os primórdios rios de sangue vem sendo derramados em prol da ganância do Estado e dos seus governantes; ainda na atualidade são inimagináveis as crueldades que somos capazes de fazer contra nossos próprios semelhantes — quem dirá contra outras espécies. Nós, os humanos, destruímos a Terra e boa parte das outras formas de vida daqui. Outrora um humano notório disse o seguinte:
“Ele disse que sabia que seu caminhão estava transformando a atmosfera em gás venenoso e que o planeta estava sendo transformado em asfalto para que seu caminhão pudesse ir a qualquer lugar.
– Então, estou cometendo suicídio – disse.
[…] – Parece que o único tipo de trabalho que um americano consegue hoje em dia é cometer suicídio de alguma maneira.” – Kurt Vonnegut, em Café-da-manhã dos Campeões (1973)
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Uma foto tirada da Terra em 1990 por uma sonda espacial chamada Voyager 1, a uma distância de seis bilhões de quilômetros daqui, mostra nosso planeta como apenas um pálido ponto azul na imensidão do Universo. Essa imagem fez com que outro humano notório refletisse sobre nossas atitudes passadas e as possibilidades de futuro da espécie humana. Eis algo que ele disse:
“O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em meio a toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. […] Para mim, ela revela a responsabilidade de nos relacionarmos mais gentilmente uns aos outros, para preservamos e amarmos, este pálido ponto azul. O único lar que nós conhecemos.” – Carl Sagan, em Pale Blue Dot (1994)