C’est Carnaval!

por Café com Leite

OK, confesso que sou dessas que não gosta de carnaval, fazer o quê? Mas não tenho ódio, é que na minha opinião o carnaval de hoje está para o bom carnaval assim como o Rock in Rio está para o rock. Tem mais nada a ver! Papo de velha? Talvez. Até porque eu assisti primeiro o carnaval da Bahia desvirtuar, depois o do Rio, e agora, segundo consta, o de São Paulo vai pelo mesmo caminho. É a festa do patrocínio, onde o povo vende cerveja ruim, o turista estereotipa as mulheres locais, a música toca em loop e todo mundo “perde” o celular. Mas pra não dizer que não falei das flores, lá no final dos anos 80 (sim, a dinossaura aqui já estava nas paradas) o carnaval da Bahia era roots. Sério. A música até chamava Samba-Reggae, vejam só vocês! E as letras tinham conteúdo histórico e social. Sim, isso foi antes do Tchan. A dança era afro e não na boquinha da garrafa. A cidade cheirava a xixi como sempre, mas pelo menos o fundo musical era muito mais estiloso. Entre as canções “monumentais” da época, essa era uma que eu curtia, Revolta Olodum:

 

Vai dizer que não é roots?