Amor de Mãe Abalado pelo Preconceito!

Até o ano passado minha mãe era minha melhor amiga. Eu nunca tinha mentido para ela, nunca tinha escondido nada dela e ela confiava em mim – eu podia sair, passar a noite fora, namorar, trazer meus amigos para casa. Eu tinha uma certa liberdade.

Sempre que eu saía do trabalho eu ficava com alguns colegas no estacionamento e eles usavam maconha e eu nunca tive nenhum preconceito, nada contra, até mesmo porque meu pai usava e depois de um tempo eu resolvi usar também. Quando eu já estava fumando todos os dias decidi contar para minha mãe.

A reação dela foi inesperada, ela que sempre foi muito calma e controlada começou a chorar e gritar, perguntar para si mesmo onde tinha errado, que não merecia uma desgraça tão grande e foi ai que começou a tempestade.

Eu que era a melhor amiga da minha mãe me tornei um nada para ela, comecei a ser tratada como uma criminosa dentro de casa, mas eu sabia que não estava fazendo nada errado e não abaixei a cabeça. Agora tenho horário pra chegar, não posso trazer ninguém para casa, não posso nada e ela não confia em mim.

O preconceito da sociedade não é nada perto do preconceito dentro de casa. Ser a filha maconheira não é fácil. Sou menor de idade e ela é quem paga meu curso técnico e banca a casa que eu vivo. Sei lá, queria uma ajuda, um apoio. Não quero que ela concorde, só queria ser aceita assim como eu sou. Não vou parar de usar e não quero mudar, mas quero o amor da minha mãe.

Relato de um leitor enviado para redacao@hempadao.com