A Porta de Saída do Preconceito!

Vejo muitos dos internautas postando seus dilemas e intrigas a respeito da aceitação familiar ao uso da cannabis, não diferente de vocês, caros colegas, também tenho os meus. Ao contrário que os anti-drogas dizem, coloco por terra, o disse e me disse que a cannabis é a porta para outras drogas, pois a primeira que usei foi a cocaína.

Estava com amigos, era réveillon, em ilha de Itaparica-Ba, em agua dura fui de cabeça e nariz, por ai foi passei uns 2 anos usando, sempre discriminando a cannabis unicamente pelo odor da fumaça sem nunca ter provado. Após muita a insistência dos Brothers, deu um tapa na pantera, acabei levando outro e descobri o que estava perdendo em não usar. Desde então meu camaradas, deixei a cocaína e passei a usufruir da cannabis, já são 5 anos de uso tenho 22, e não me arrependo.

 

Em torno desses 5 anos muita coisa aconteceu, meus pais são religiosos, dirigentes de igrejas, fervorosos, e entregam suas vidas inteiramente a seu deu. Nesse meio termo ficaram sabendo do meu uso através de terceiros e não chegaram para conversar ao contrário formularam ideias em suas mentes através da podre mídia, achando que eu iria parar no crack, perseguição atrás de perseguição, preconceito atrás de preconceito, me tiravam com irresponsável não importando o que realizasse, que notas escolares tirasse, sempre era motivo de desaprovação pelo único motivo de usar a cannabis.

Meu pai, perseguidor nato, garimpava meus objetos pessoais atrás de algo, isqueiro, dichavador, cannabis, seda, e sempre que achava deixava uma carta de repúdio, não me dava o direito de explicar, sempre que tentava comentar algo gerava uma discursão gigantesca e mais uma vez era eu o errado.

Neste mês de abril na semana santa, estava no sítio da família e todos estavam lá reunidos, e a ovelha negra também (eu). Lá tinha guardado outros utensílios para melhor uso da erva, adivinha quem garimpou? Ele mesmo, o papai, achou uma piteira tipo cachimbo, dichavador, e uma luneta de aproximação que não tinha nada a ver com a erva mesmo assim foi confiscada, e novamente deixou uma carta, nela estava escrito uma parte “…achei seus acessórios do uso da maconha e do crack, sua família merece isso?…” não me conti de tanta ira, e fui por um fim nesse blablabla.

Chamei todos em uma roda, e li a cartinha de repudio e assumi com minhas palavras que usava cannabis, que esses filmes do “Brasil Urgente e do Cidade Alerta” não me representa como usuário da erva, que uso pelo prazer, não por dependência química. Expliquei que a piteira não era cachimbo de crak e ate debatemos um pouco sobre quais vantagens e desvantagens da erva, falei tudo e ganhei no diálogo.

Para minha surpresa muitos reagiram bem, apesar do clima esta bem down neste momento, tudo segue melhor que antes, sem formulações e fábulas. A falta de informação na mídia é o caos, a TV passa ao pais que nós somos, e taxam todos usuários da erva como igual aos dependentes químicos. O melhor a fazer é falar logo, abrir o jogo, e continuar a demonstrar, que nós não somos como a mídia, diz e lutar sempre sem cessar.

Relato de um leitor enviado para redacao@hempadao.com