A pena de morte no Brasil

Patrick

Oficialmente o Brasil não tem pena de morte, mas na prática ela acontece com uma frequência assustadora, e praticada por homens de farda. Na última quinta-feira o pequeno Patrick Ferreira Queiroz, de 11 anos, morador de uma favela do Rio de Janeiro entrou para as estatísticas dos “autos de resistência” (quando o PM mata para se “defender”). Patrick foi enterrado no sábado, mesmo dia que completaria 12 anos de idade.

O garoto levou três tiros nas costas na manhã desta quinta-feira, durante operação policial no Morro da Cachoeira Grande, Complexo do Lins. Os três PMs envolvidos no caso relataram na delegacia que atiraram porque viram uma arma da mão do menino. Quando o delegado chegou ao local, a arma já havia sido recolhida pelos policiais.

“Balearam Patrick perto da minha casa. Quando saí, ouvi que ele pedia socorro, mas os PMs isolaram o local e me ameaçaram. Falaram que se eu fosse socorrer meu filho, seria o segundo cadáver. Disseram que um morador tentou pegar a arma e a recolheram”, contou o pai de Patrick.

Chama atenção neste caso alguns elementos que são típicos de um “auto de resistência” forjado pela polícia carioca. O tiro nas costas e a descaracterização da cena do crime, prejudicando o trabalho de investigação da perícia.

Acusar um assassinado de ser “traficante” tem servido como justificativa a eliminação do direito à vida e aplicação da pena de morte no Brasil. Foi assim com o Amarildo e muitos outros. Pela macabra lógica, se o sujeito for traficante a aplicação da pena de morte é 100% legal e nenhuma investigação mais séria do caso será conduzida.

Por esses, não é feito nenhum pedido de clemência pela presidência da república. E pior: muitos usuários (inclusive leitores deste blog) concordam com a “pena de morte” para traficantes. No mínimo uma falta de empatia com quem se arrisca para garantir sua brisa. Nem todo maconheiro defende a paz e carrega muito ódio na mente.