A máquina

por S. M. Hermes

Um estudo de Galduróz et al. (2005) intitulado “Uso de drogas psicotrópicas no Brasil: pesquisa domiciliar envolvendo as 107 maiores cidades do país” — aponta que mesmo o consumo de drogas ilegais (maconha, cocaína, etc.) receba da opinião pública maior foco na questão do uso de substâncias psicotrópicas, o consumo de drogas legais como tabaco e álcool são problemas de saúde pública que se sobressaem diante das substâncias ilícitas.

Mesmo assim fumar maconha hoje em dia por incrível que pareça ainda é algo pecaminoso para os padrões ampla e socialmente aceitos no Brasil e em vários outros países. A sociedade brasileira em geral julga como lamentável o fato de que determinados indivíduos façam uso de substâncias ilegais como o crack: droga que é combatida com veemência pelo Estado principalmente nas periferias e através da grande mídia.

Desde a Revolução Industrial as drogas conforme foram sendo classificadas como ilegais adquiriram cada vez mais esse caráter marginal que estigmatiza o usuário em alguém incapaz de sobreviver aos costumes e dogmas contemporâneos. Todavia, drogas legais como medicamentos psicotrópicos antidepressivos ou até mesmo tabaco e álcool matam em quantidades extremamente maiores e não recebem a mínima atenção em termos de prevenção e combate dos seus usos dos grandes conglomerados midiáticos.

Que são um dos principais contribuintes para a disseminação das informações em relação aos usos de drogas tendo grande responsabilidade pela elaboração da agenda pública. Isso, devido à frequência e ao destaque dado a determinados assuntos e selecionando os conteúdos a serem considerados importantes pela sociedade. Scheufele (2000) explica que “A prioridade atribuída a determinados temas influencia a opinião pública que, por sua vez, cobra ações governamentais, dentro de um processo de interação entre imprensa, sociedade e governo”.

A máquina que opera o sistema em si é problemática, pois ela visa apenas a manutenção e até mesmo a melhoria do bem-estar dos poucos mais abastados excluindo cada vez mais as classes menos favorecidas e dividindo a sociedade em polos distintos os quais não interagem entre si, pelo contrário. Ainda assim temos a esperança e o intuito de que as coisas mudem para melhor, portanto segue a militância e a luta!

“A vibração do pêndulo está sempre em evidência. […] Sempre existe a vibração rítmica de um polo a outro. O Pêndulo Universal sempre está em movimento. As marés da Vida sobem e descem de acordo com a Lei.”