A hora mais escura é antes do amanhecer!

“[…] para instituir um sistema totalitarista eficaz ou, de fato, qualquer sistema, seja lá qual for, é preciso que se ofereçam alguns benefícios e liberdades, pelo menos para uns poucos privilegiados, em troca daqueles que se retiram”. Essa passagem do livro “O Conto da Aia” (1985) da escritora canadense Margaret Atwood define bem nossa sociedade em geral, que devido ao sistema monetário em vigor vai ser sempre desigual em níveis absurdos, pois como completa Atwood: “Quando o poder é escasso, ter um pouco dele é tentador”.

por S. M. Hermes

Conforme nos encaminhamos para o final desse primeiro semestre de 2018 do calendário Gregoriano cada vez mais as minorias parecem estar desamparadas pelas autoridades e pela legislação em todos os níveis do Estado Brasileiro, ficando à deriva num oceano de opressão e falta de diálogo. A decisão do STJ de que a Polícia não necessita de mandado e pode alegar somente a sensação do cheiro de Cannabis para adentrar em determinado local é mais uma adição ao leque das leis proibicionistas que compõe nosso cenário caótico.

Enquanto países como Holanda, Estados Unidos e Uruguai já praticamente convivem em harmonia com o mercado regulamentado da Cannabis, no Brasil ainda há muito o que evoluir, sendo o fator monetário um dos principais incentivos aos Estados em que a planta tem sua produção, venda e uso restritos. Viu-se que esse é um mercado bilionário e, mesmo que a legislação nesses países onde a Cannabis é regulada ainda não seja totalmente ideal, ela já indica um alvorecer bem menos sombrio e mais esperançoso.

Infelizmente a sociedade brasileira, assim como outros países subdesenvolvidos, está a mercê das potencias mundiais, necessitando que suas próprias experiências politicas — sejam elas em relação às drogas ou a qualquer outra questão — tenham sucesso para somente então serem trazidas ao “terceiro e segundo mundo”. Todavia, de acordo com Thoreau em Walden (1854), “O homem é um animal que, mais do que qualquer outro, consegue se adaptar a todos os climas e circunstâncias”. E assim seguimos em frente.