A História e o Potencial Medicinal da Cannabis

O uso medicinal da cannabis não é uma novidade; na verdade, os seres humanos têm usado essa planta por mais de 12.000 anos para tratar diversos sintomas e enfermidades. No entanto, quando a cannabis foi tornada ilegal globalmente na década de 1930, a ciência havia explorado apenas uma pequena parte de seu potencial terapêutico. Até então, a maioria dos usos era baseada em tradições populares, como infusões, extratos, preparações culinárias e emplastros feitos com diferentes tipos de cannabis, todos sem um controle rigoroso das proporções de seus princípios ativos.

A partir da segunda metade do século XX, surgiram pesquisas científicas que abriram novos horizontes no entendimento da cannabis e de seus componentes medicinais. Em 1965, o Dr. Rafael Mechoulam, da Universidade Hebraica de Jerusalém, isolou pela primeira vez o composto mais ativo da planta, o Delta 9 Tetraidrocanabinol, conhecido como THC. Essa descoberta possibilitou uma compreensão mais profunda da ação da molécula no corpo humano e sua interação com outros fitocanabinoides.

A década de 1970 testemunhou o início de estudos em todo o mundo sobre o THC, isoladamente ou em combinação com outros canabinoides, explorando seus potenciais terapêuticos. Nesse período, o laboratório Pfizer desenvolveu um analgésico sintético semelhante ao THC, cerca de 100 vezes mais potente, mas desistiu do projeto devido aos efeitos psicoativos intensos.

Atualmente, a maioria das pessoas associa a cannabis apenas ao THC, embora mais de 90 fitocanabinoides tenham sido identificados exclusivamente em plantas de cannabis. A descoberta da anandamida em 1992, uma substância produzida pelo organismo humano semelhante ao THC, foi um marco importante. Ela levou à descoberta do sistema endocanabinoide, um sistema até então desconhecido que produz e utiliza substâncias semelhantes às encontradas na planta de cannabis.

Nas últimas décadas, muitos países revisaram suas políticas em relação à cannabis medicinal. Isso também se refletiu na produção acadêmica, com um aumento significativo nos estudos sobre os diferentes fitocanabinoides e suas aplicações terapêuticas. Hoje, sabemos que a cannabis contém mais de 500 compostos, incluindo mais de 90 fitocanabinoides, como THC, THCA, CBN, THCV, CBC, CBG, CBDA e CBD (Cannabidiol).

No Brasil, a regulamentação do uso medicinal da cannabis ainda é restrita, com autorização para importação de medicamentos com baixo teor de THC. No entanto, em países com regulamentação mais avançada, uma ampla variedade de produtos e medicamentos à base de cannabis está disponível, cada um adaptado a diferentes condições médicas e métodos de administração.

Hoje, compreendemos que cada fitocanabinoide tem seus próprios benefícios e efeitos, e as combinações desses compostos podem ser direcionadas para tratar doenças específicas. O futuro da cannabis medicinal depende não apenas de regulamentações mais abrangentes, mas também do envolvimento da sociedade civil, da pesquisa contínua e do acesso a uma variedade de produtos que atendam às necessidades dos pacientes.

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