No Brasil, a desigualdade social se faz presente em diversos aspectos, inclusive no acesso aos benefícios terapêuticos da maconha. Enquanto famílias ricas e de classe média já usufruem desse recurso medicinal, nas favelas e periferias a criminalização e o racismo impedem que mais pessoas tenham acesso a esse tratamento. A pesquisa “Plantando saúde e reparação” revela a urgência de se discutir políticas públicas que incluam as comunidades marginalizadas nessa importante discussão de saúde.
Através do estudo, conduzido pela organização Movimentos, busca-se compreender como os moradores das favelas do Rio de Janeiro conseguem acessar a maconha para fins medicinais em meio à violência do Estado e à criminalização. Por que as favelas, que sofrem com os impactos da guerra às drogas em suas vidas e territórios, não são incluídas nessa discussão sob a perspectiva da saúde?
A pesquisa destaca histórias de famílias que encontraram na maconha um alívio para dores e sintomas de diversas doenças. No entanto, a disparidade social se mostra evidente, pois enquanto para alguns essa alternativa terapêutica é uma realidade, para outros é apenas mais um fator de criminalização e marginalização.
O estudo vai além de retratar os desafios enfrentados pelos moradores das favelas no acesso à saúde como um direito fundamental. Ele nos convoca a repensar políticas que reparem os danos causados pela guerra às drogas. Não podemos permitir que as favelas sejam deixadas para trás, enquanto as classes média e alta desfrutam dos potenciais terapêuticos das substâncias psicoativas.
É hora de dar voz às comunidades marginalizadas e buscar soluções que garantam a equidade no acesso a tratamentos medicinais. A inclusão do uso terapêutico da maconha nas políticas públicas é um passo importante para a saúde e a reparação das desigualdades sociais. Para ler mais sobre esse assunto, acesse o Maré Online.
Fonte: Maré Online
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