Tragos e Encontros [PotPoets #235]

prazeres
asas de amor e arder
bases pra compor paixões
prisões, ´para sempre´s
partes do todo,
caótico,
ótimo, fatídico
prático, enfático
foda.

pedaço de cada
sentido, sentimento
mudo, mágico
momento, eterno
do trago após
estar lá dentro
desatar nós, vós
corpos e anticorpos
metacarpos,
copos e cópulas
garfos, entre carnes
gentes, tão quentes
quanto a ponta
do beck
aceso
ao cinzeiro
do acaso.

caso
assumo cada crise
e qualquer coisa
pelo pulso empírico
que pousa
repousa só na sua mão
entre dedos
curiosa ação
que ousa
entre sim e não
vinis, verões e medos
vinhos e vãos
para onde vais?
brisa forte da onda
de onde se esconde
na praça, no cais
galpões ilegais
em qualquer canto
mais ou menos casto
onde acende, puxa
esvai sem deixar rastro.

vertigem
vago vislumbre épico
do ápice dos ápices
sinapses, lapsos
abraços e transes
mantras, mantas
pedaços à mostra
máximas:
ditas em aspas
manuseadas,
táteis, fáceis
fictícias facções
entre vegas e floras
vagas memórias
de horas e horas
pra colher um beijo
destilar resina e desejo
viagem.

lembranças,
lindas filhas do tempo
tanto, hedonismo
vontade de preencher
cada minuto com quatro versos
e vinte estrofes
cada madruga com segredos
personagens, passagens
passeios e anseios
selvagens,
sem leis, sumir
opções radicais demais
sinais – palavras e culturas
ancestrais
tabus morais
sexuais,
apenas um cigarro,
somente dois amantes
nada mais.

se não vontade
de justiça
e pressa por
paz.