Tempo de Abstinência! [REeDUcaÇÃO #55]

por Anna Rodrigues

Iae galera na paz? Estava pensando na situação de alguns amigos e resolvi então compartilhar a ideia. Falar sobre algo que as vezes por algum motivo seja ele social, econômico ou porque rodou com a família mesmo, faz com que tenhamos que passar um tempo sem utilizar entorpecentes, sejam eles líticos ou ilícitos. Pensando nisso e na coluna que conversa sobre redução de danos, acredito que seja válido o diálogo.

Nem sempre se entra em abstinência pelas problemáticas que citei acima, alguns problemas psicológicos podem nos levar a ter que ficar de baixa por algum tempo, algumas vezes não acreditamos que algo realmente esteja nos fazendo mal, todavia admitir isso é um primeiro passo.

Segundo uma pesquisa da OBID (Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas) é na idade de 14 a 18 anos que a maioria dos jovens estudantes de escolas públicas tem o primeiro contato com a canabis¹ . Faixa etária essa aonde se é fervente a relação da desconstrução e construção da descoberta do “eu”. Ninguém aqui é tão inocente que não concorde e admita que se teve algum contato com psicotrópicos nessa época, (ou está nesse período) isso fez/faz uma bela diferença em sua percepção e aceitação de compreensão de mundo. Infelizmente é aqui que vive o perigo.

O contato com substâncias psicoativas pode representar uma situação de busca, e se não estamos verdadeiramente preparados para enfrentar os cenários que se constroem, no futuro problemáticas podem surgir. No caso, acredito que é importante saber de nossos limites e buscar além de sensações uma energia que só cada um de nós tem, energia essa que nos faz viver e que pode acabar escassa pela variedade de rotina que estejamos a levar.

Dessa forma dar um tempo não significa ficar careta, pelo contrário, é uma psicodelia de si, uma busca do seu eu e da organização do seu espírito. Se você, ou algum amigo tiver passando por essa situação, acredito que o mais complicado e ter que sair com a galera e ser forte o suficiente para recusar a substância, até porque dependendo do role é muito chato ter que ficar de cara. Mas então, o que fazer?

Observar alterações físicas e psicológicas caracterizadas por um mal-estar, ansiedade, irritabilidade, insônia, agitação entre outros coisas é importante, se conheça, e busque nestes momentos se motivar.

Beba água! Ande sempre com uma garrafinha, ela deve ser sua grande amiga! Faça alguma atividade física, correr pela cidade em horários alternativos pode ti surpreender; Seja sincero, saiba realmente o que ti faz bem, e redescubra seu limite; Comer o que gosta ajuda bastante, mesmo que você ganhe alguns quilos, lembre-se que sem sua saúde psicológica a corporal não vai adiantar muita coisa. Se possível tenha um acompanhamento com um profissional, psicólogos no fundo são divertidos; Se desafie, busque novos estímulos, mas lembre-se: um passo de cada vez.

Considero que essas dicas podem ser valiosas, e se seguidas corretamente podem evitar um estado depressivo ou estados de síndrome de abstinência, até porque estamos falando de algo que lhe fazia bem. Lembre-se que sua privação nesse momento irá ser compensado com frutos positivos, e que organizar sua mente fará com que as potencialidades da substância que hoje pode estar lhe causando um transtorno, amanhã poderá fortalecer sua qualidade de vida.