Projeto que legaliza a maconha dividiu partido de Mujica no Uruguai

uruguaifrenteampliamonicadivFonte: Terra

A médica Mónica Xavier tem um trabalho duro na política uruguaia. Desde junho do ano passado ela é presidente da plural coalizão de centro-esquerda Frente Ampla, do atual mandatário José “Pepe” Mujica. Como o próprio nome supõe, a frente é realmente ampla, agrupando 27 grupos políticos comunistas, socialistas, progressistas e socialdemocratas. Em entrevista exclusiva ao Terra desde Montevidéu, a ex-senadora do Partido Socialista revela que a diversidade da coalizão também gera divisões.

 

O projeto do governo que propõe a legalização da maconha, além produção e venda pelo Estado, é um exemplo disso. Por causa de diferenças “entre os companheiros” e da necessidade de “um maior debate sobre o tema”, a proposta “corajosa” de Pepe está praticamente parada desde dezembro do ano passado. Fontes internas do partido garantem que o consenso está próximo e que a proposta será votada a partir de junho no Congresso.

A Frente Ampla se prepara para as eleições gerais do segundo semestre do ano que vem. O ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010) é o mais cotado para representar a coalização. No entanto, apesar dos apelos dos partidários, ele ainda não quebrou o silêncio sobre o tema. “É óbvio que há uma grande expectativa em torno da figura do ex-presidente Vázquez e sua eventual nova candidatura”, afirma Mónica Xavier.

Na entrevista, a presidente da Frente Ampla avalia os dois mandatos da coalizão, que interrompeu uma série de governos consecutivos dos partidos Nacional e Colorado. Ela destaca os avanços conquistados no campo dos direitos das pessoas, como a legalização do aborto e o casamento igualitário, mas reflete sobre as duas áreas onde o primeiro governo de esquerda no Uruguai ainda precisa fazer mais: saúde e educação. “Temos um grande déficit na formação dos nossos próprios professores em todos os níveis”, afirma.

Confira os principais trechos da entrevista: AQUI