Pra quem acha que o Brasil está quase lá, só porque você e todos os seus amigos são a favor da legalização, vale a pena dar uma olhada na pesquisa do Instituto Análise, divulgada essa semana. Segundo o estudo, a cada 10 brasileiros, aproximadamente SETE são contra a legalização da maconha. E aí, dá pra acreditar? Não sei vocês, mas eu fiquei de cara.
“O instituto realizou entrevistas entre os dias 6 e 12 de dezembro. Foram ouvidas 1.717 pessoas em São Paulo (411), Rio de Janeiro (301), Brasília (101), Salvador (100), Fortaleza (101), Belo Horizonte (101), Manaus (100), Curitiba (100), Porto Alegre (100), Recife (100), Goiânia (100) e Belém (102)”, ou seja, as maiores e mais diversas capitais do país.
De acordo com o Instituto, a margem de erro para leitura é de 2,1 por cento para mais ou menos. Já o nível de confiança da pesquisa é calculado em cerca de 95%.
Os dados buscados servem para a gente entender o quanto ainda precisamos lutar para convencer a opinião pública sobre o fracasso da guerra às drogas. No gráfico abaixo é possível observar que mulheres são mais contrárias do que os homens. Que a população de 18 a 24 anos são os mais favoráveis à legalização em qualquer situação e que os idosos acima de 60 anos são os que mais se mostraram contrários, se liga:
Quando a análise é feita com base na classe social dos entrevistados fica nítido que a classe C e D da população rejeitam a ideia da legalização em média 70%. E quando a classe analisada é a A e B o número de rejeição cai para uma média de 60%.
E quanto ao nível de escolaridade? Obviamente, quanto maior o acesso à informação, maior a aceitação em relação a mudança legislativa. Veja só:
Essa pesquisa é valiosa para a militância canábica que vez ou outra considera a ideia de lutar por um plebiscito. Os dados mostram que, mesmo se a pergunta fosse sobre o uso medicinal, o contra ganharia fácil. É triste, é inacreditável, mas a opinião pública no Brasil ainda está longe de estar verde.