Pais Evangélicos, Filho Maconheiro… e aí?!

0,,35887397,00Os relatos do Caos in Casa são fieis a realidade de cada um. E quem somos nós para re-contar, ou censurar a história de alguém? Mais um leitor nos enviou sua relação com a erva, e porque não publicar? Segue relato do Luiz na íntegra:

“Bom, eu moro em Curitiba e hoje eu tenho 20 anos e eu conheci a maconha com uns 13/14 anos, não era usuário regular na época pois já sabia quais eram os meus limites. Bom, caí uma vez só no colégio e acabei tendo que ir pra outra escola, como eu estava sem notas acabei com o primeiro trimestre zerado, apesar disso o colégio nunca foi problema pra mim, sempre passei, nunca reprovei e estou fazendo faculdade hoje,  adoro estudar.

 

Acontece que hoje eu fumo sim, mais regularmente, antes eu fumava e ficava 3 semanas, 3 meses, o tempo que eu quisesse mas hoje preferi manter o hábito sempre que eu tivesse um tempo livre ou pra ver um filme, ler e estudar. Meus pais acreditavam que eu tinha parado com o uso e realmente tinha, mas resolvi voltar, como já expliquei. Levei um papo na boa com meu pai, que é super cabeça e só parou de fumar desde que se casou novamente porém, partiu para o álcool mas, como ele mesmo fala “prefiro acender uns baseados e ficar susse, amanhã acordar de boa, bem do que encher a cara hoje e amanhã acordar mal com ressaca” mas, o que o preconceito não faz né!

Já pra falar com a minha mãe eu sei que o negócio ia ser mais complicado, ela e meu padrasto são líderes de um ministério de uma igreja evangélica. Fui ao shopping e levei um papo de boa, perguntando se ela achava “pecado” fumar e beber, e se não não tinha porque achar mal da maconha, apesar de termos vários exemplos ruins com drogas na família, ela até que aceitou numa “Boa” para minha surpresa, deixei bem claro que não queria ser visto como criminoso nem como dependente, conversamos bem, compramos livros, ela falou que já tinha fumado com meu pai mas que tinha receio de eu não saber lidar.

Pra resumir, no dia seguinte ela acordou chorando com medo de eu me viciar e o caramba, achando que era porta de entrada, que ela tinha sido uma mãe ruim e essas coisa, conversei com ela na boa e expliquei que eu uso porque gosto, que ela sabe que estudo, que minhas motivações profissionais e acadêmicas são maiores que “a maconha” na minha vida e ela ficou mais tranquila.

Devo dizer que é realmente um alívio poder conversar e levar numa boa essa ideia com os pais pra não ficar na paranoia e seguro quanto a isso.
Eu indico numa boa a conversa tranquila com os pais se por acaso eles não sabem e você mora com eles, ser pego escondido geralmente é pior.
Parabéns equipe do Hempadão sempre dedicada e mandando muito bem!”