Obrigado, 2017 – O Ano da Hempada!

Em 2017 realizei um sonho junto com o Hempadão que existia desde o início do blog. Conseguimos transformar o Hempa em revista impressa. Pode parecer algo simples, mas a verdade é que é um grande passo rumo a uma grande evolução ainda maior. Se você notar, países como Argentina e EUA tem revistas de maconha mensais. Nos EUA, a High Times funciona mensalmente desde 1976. Em Buenos Aires, você consegue achar a revista THC vendendo na banca. Eles já completaram nada mais, nada menos, que 11 anos de atividade. E o Brasil?

revistas

Bem, é verdade que o Brasil tem seus representantes no impresso, mas também é verdade que a falta de leitura empaca um pouco a coisa por aqui. Como fazer uma revista profissional se as pessoas não estão lá acostumadas a prática da leitura?

Dizem, não sei se é verdade, que só na capital da Argentina existem mais livrarias que em todo o Brasil. Será? Não apurei, nem nada, mas a impressão que dá é que deve ser verdade, afinal de contas, no Brasil as livrarias ficaram restritas à shoppings e grandes casas de distribuição, que se distribuiem em redes pelo país, com filiais. Praticamente acabou a cultura de livrarias de rua. A região da cidade onde eu moro tem diversos bairros em que não há sequer uma livraria.

Ainda assim, bravos militantes já tentaram fazer com que, pelo menos a galera da fumaça, dessa uma lida vez ou outra. é o caso do capitão Matias Maxx e sua turma, que nos idos de 2016 (se não me falha a memória) lançou um projeto irado da revista SemSemente, que acabou descontinuada. Atualmente, estão rodando a revista Maconha Brasil, do reverendo Mandacaru, e a Tá Suave, com editoração assinada pelo mestre Arthur Veríssimo, ambas modelos de revistas gratuitas, com periodicidade trimestral.

A Hempada sai todo mês, o que faz a experiência parecer mais com algo do campo da maluquice. Nossa equipe trabalha fulltime para ver o periódico na rua. E para isso acontecer, resolvermos trocar a ótica do sistema de financiamento da redação. Deixa eu explicar. Um problema na gênese do fazer jornalístico é que, desde a graduação, a comunicação envolver a publicidade. Na verdade, nenhum veículo convencional conseguiria viver sem seus anunciantes. Isso faz com que exista um limite meio tênue entre o que se pode dizer, e o que está sendo vendido. Isso faz também que, se por um acaso, todo mundo deixe de anunciar, o programa ou periódico, tenha necessariamente que sair do ar. Com a Hempada fugimos disso.

Bolamos uma forma dos próprios leitores financiarem seu veículo favorito de informação. Os anunciantes são um bônus. Afinal, a revista fica até mais bonita com alguns anúncios sobre a cultura canábica. Peças publicitárias sobre maconha também agradam os olhos do público, desde que não estejam lotando as páginas mais que os conteúdos, e isso é algo que a gente preza (e sempre vai prezar) na linha editorial da Hempada.

Para receber a sua fanzine mensal sobre a erva, basta assinar o serviço lá no apoia.se/hempadao ou acessar hempadao.com/revista.

A Hempada está no ar desde Abril e já foram mais de 3 mil edições vendidas, todas numeradas e autografas uma a uma. A quantidade de reportagens maneiras impressas na revista, só quem tem todas as edições pode dizer. Essa coleção das primeiras 10 edições, você pode ter certeza, vai se tornar uma raridade no futuro. Afinal de contas, quem não gostaria de ter em mãos as primeiras dez edições da THC  ou da High Times? Se você tiver aí, querendo vender, por favor, fala comigo.

Numa estética que dá valor ao colecionismo, trazendo sempre um adesivo diferente por mês. E também numa linha jornalística que preza por escrever a história da legalização no Brasil, a Hempada é um veículo em construção, que está nascendo com a ajuda e esforço de cada apoiador. Obrigado por fazer parte desse empreendimento.

Em 2018 o Hempadão não vai parar. Vamos continuar tacando fogo na caretice e perturbando o plantão do conservadorismo. Se você quiser fazer parte disso, entre em contato conosco: hempadao@gmail.com

A cultura canábica está cada vez mais forte. E o Hempadão cada vez mais servido. Sendo assim, se bater aquela larica informativa, você já sabe onde matar a fome e a sede por conhecimento, entretenimento e jornalismo sobre ganja. Por aqui.