Índios e Fumaça: Uma História Milenar!

Você sabia que o índio americano que ensinou o europeu a fumar? É sério… a primeira plantação que se tem registro do tabaco é de 8 mil anos atrás, no Peru. Em toda américa os índios fumavam e faziam outros usos da planta, como mascar, inalar, baforar em forma de rito médico-religioso e até como supositório. Hoje é dia do Índio e o Hempadão preparou um material interessante sobre a história da fumaça na América, veja só:

Havia no norte da américa o uso tribal, fumando-se o cachimbo antes das batalhas e também depois… o cachimbo da paz! E por lá, assim como por todo cone sul, o tabaco era usado por mero prazer, hábito e sensações de “energia e alerta” que a substância proporcionaria.

A palavra tabaco deriva de “dattukupa”, que no linguajar do dialeto indígena significava “nós estamos fumando”. Pro europeu aquilo era o nome da planta e assim ficou. Rapidamente a planta fez sucesso na Europa como recreação e medicina. Então o médico e diplomata Jean Nicot enviou sementes à rainha francesa Catarina de Médici e, em homenagem ao gesto nobre, a planta acabou batizada cientificamente de Nicotina tabacum. Quer dizer, o nome que os índios chamavam a planta que se popularizou pelo globo inteiro… já não se sabe mais qual era.

A Dani Suzuki teve a sorte e oportunidade de fumar tabaco com os índios Xingú. Um verdadeiro patrimônio da humanidade, que se você parar bem pra pensar, tem tudo a ver com a nossa cultura de fazer fumaça, veja só:

Essa evidentemente não é a única vertente indígena a fazer uso. Entre os Kaiapós do norte do Brasil o curso de formação da pajelância se dá através do tabaco. Após muita fumaça e contato com os “espíritos”, um belo dia o pretendente acorda em uma espécie de sonho lúcido tocando seu chocalho pela aldeia, pronto, virou Pajé.

No Brasil o hábito de usar maconha chegou com as caravelas, mas os indígenas sabiam cultivar nessa terra há milhares de anos e rapidamente aprenderam o poder da cannabis. A prova definitiva disso é o nome dos cigarros vendidos comercialmente nas farmácias, com formulário médico de 1888 dizendo: “Contra a bronchite chronica das crianças (…) fumam-se (cigarrilhas Grimault) na asthma, na tísica laryngea, e em todas (…)”, e assim permaneceu, sendo citada em compêndios médicos até 1930, por Araújo e Lucas, que enumeram propriedades terapêuticas do extrato líquido da maconha:

“Hypnotico e sedativo de acção variada, já conhecido de Dioscórides e de Plínio, o seu emprego requer cautela, cujo resultado será o bom proveito da valiosa preparação como calmante e anti-spasmódico; a sua má administração dá às vezes em resultados, franco delírio e allucinações. É empregado nas dyspepsias (…), no cancro e úlcera gástrica (…) na insomnia, nevralgias, nas perturbações mentais … dysenteria chronica, asthma, etc.”

E qual era o nome popular das cigarrilhas Grimault? Com direito a propaganda e tudo, da época:

É claro que hoje em dia não são todas as tribos que fazem uso de maconha. Pra umas a lógica da droga comercial simplesmente atrapalhou a vida nas aldeias, mas isso também não é consenso:

Nos EUA, por exemplo, a notícia já é mais otimista. Os índios americanos viraram empreendedores e inovaram abrindo o primeiro “resort da maconha”. E não me venha com essa de que “índio empreendendo não é índio”, pois com a modernidade a etnia indígena pode escolher entre a natureza ou a socialização e, no caso do segundo, porque não terem direito a trabalho, educação, dinheiro, cultura, informação e lazer?

Afinal de contas, se vier com o papo de que se ele vestir calça jeans vira “homem branco”, então cuidado. Após ler isso tudo, o que pode acontecer com você se fumar um cachimbo da paz? Vira índio?!

 

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