Neste domingo, quando o relógio marcou 17h44, teve início mais uma primavera. Impossível não falar de primavera sem lembrar das flores. Impossível (para um maconheiro) falar de flores sem lembrar dos camarões resinados que a proibição transforma em um pedaço de pedra vendido por ai como maconha, que alguns ainda têm a cara de pau e chamar de hidropônica.
Aqui do Brasil ainda é difícil enxergar a luz no fim do túnel de uma nova política de drogas, mas ela já está iluminando terras bem próximas. Nosso vizinho ao sul da fronteira, o Uruguai, é o melhor exemplo disso.
Nesta primeira semana de primavera no hemisfério sul o presidente Uruguaio Jose Mujica estará em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU. Lá, ele deve fazer um discurso para todos os chefes de estado do planeta para explicar seu projeto de legalização da maconha, e como ele serve para combater o crime e fortalecer a paz.
Mujica deve ser aplaudido por pura formalidade e diplomacia, pois é pouco provável que a bandeira da legalização ganhe apoio. Afinal, a própria ONU faz pressão para o Uruguai desistir da mudança. Da delegação brasileira é melhor nem falar nada para não entrarmos em depressão.
Os pobres mortais terão pouca influência no que vai acontecer dentro do plenário da ONU. Mas juntos, devemos estar solidários ao presidente Mujica para que no futuro próximo todo maconheiro possa desfrutar de uma primavera legalized, resinada e de paz. Mesmo com tamanha repressão a flores vão continuar desabrochando.
Somos todos Mujica!