Ministro da Justiça quer reforçar combate às plantações de maconha no Paraguai

A visita ao Paraguai feita nesta sexta-feira (22) pelo ministro da Justiça do Brasil, Alexandre de Morais, foi destacada pelas autoridades dos dois países como um claro demonstrativo de fortalecimento da cooperação internacional contra o narcotráfico. Em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã, município sul-mato-grossense a 313 quilômetros de Campo Grande, uma entrevista coletiva apresentou resultados dessa parceria que deve crescer ainda mais.

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Fonte: MidiaMax

O evento desta manhã marcou o encerramento da segunda fase da Operação Nova Aliança, focada, sobretudo, na destruição de plantações de maconha no Paraguai.  Chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), o coronel Hugo Davi Vera Quintanada afirmou que esse tipo de operação conjunta entre os dois países “tem atacado a estrutura financeira do narcotráfico”. Ele informou que somente de 2013 até agora, essas ações evitaram um lucro superior a US$ 250 milhões aos chefes do esquema criminoso.

“Essas operações de erradicação da maconha têm como fim quebrar o ciclo de produção e evitar o lucro. A nossa parceria e grande amizade com a Polícia Federal do Brasil é um exemplo regional de responsabilidade compartilhada”, ponderou.

Para o ministro da Justiça do Brasil, a parceria deve crescer ainda mais. “A maconha aqui plantada, 80% de sua destinação é para o Brasil. Então as autoridades brasileiras têm o dever de apoiar as autoridades paraguaias como estamos apoiando e vamos ampliar esse apoio. As operações integradas serão ampliadas, recursos destinados à Polícia Federal pelo Ministério da Justiça serão ampliados, para que possamos dar apoio operacional com cessão de viaturas, helicópteros compartilhados, para aumentar o número de operações”, anunciou Morais.

Segundo o ministro, “o combate da criminalidade transnacional, contra tráfico de drogas, armas e contrabando”, é uma das prioridades dele desde que assumiu a pasta e uma determinação do presidente Michel Temer (PMDB). “Desde o início do ano tivemos a oportunidade de, no Paraguai, erradicar 708 hectares, 209 toneladas de maconha pronta para consumo. É muito mais inteligente e eficiente uma parceria para erradicar no momento da plantação do que aguardar para combater depois a droga sendo comercializada”, ponderou.

Em documento divulgado pela Senad, contudo, os dados relativos às operações conjuntas divergem dos narrados pelo ministro brasileiro. A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai informa ter destruído 162 hectares de maconha, incinerado 66.910 quilos da droga pronta para venda, além de ter destruído 103 acampamentos montados por plantadores.

Diretor-geral da PF brasileira, Leandro Daiello Coimbra ressaltou que cooperação entre Brasil e Paraguai é uma parceria antiga. “A parceria que temos com a Senad e com o governo paraguaio já virou uma amizade, amizade de organizações que pensam no bem da sociedade brasileira e da sociedade paraguaia e esse bem será traduzido no combate ao crime transnacional”, pontuou. “Aprendemos muito com os senhores no Paraguai, queremos aprender mais e queremos também trazer nossas experiências. Estou cada vez mais impressionado com a qualidade da Senad e o conhecimento que os senhores têm para erradicar [a maconha]”.

Durante a manhã de hoje, comitivas de autoridades dos dois países foram até uma região do Paraguai onde foi realizada a destruição de uma plantação de maconha. O ministro da Justiça desembarcou em Ponta Porã pouco antes das 10h, trazido a Mato Grosso do Sul num avião da Força Aérea Brasileira. Na quinta-feira (21) Alexandre de Morais foi notícia em todo o mundo depois de anunciar a prisão de 10 pessoas suspeitas de planejar um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.