Manifestantes planejam consumo em massa de maconha em frente à Casa Branca

Manifestantes que lutam pelo relaxamento das restrições ao uso da maconha nos Estados Unidos vão promover o consumo em massa da droga neste sábado, em frente à Casa Branca, em Washington, com o objetivo de pressionar o presidente Barack Obama.

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Fonte: BBC

O protesto deve começar às 14h (15h pelo horário de Brasília), quando um baseado inflável de 15 metros será estacionado em frente à residência do presidente Barack Obama.

Depois de discursos de ativistas em favor da liberação da droga, os participantes deverão acender seus cigarros de maconha às 4h20.

Aqueles que não quiserem fumar serão encorajados a consumir produtos comestíveis de maconha, como brownies ou biscoitos.

Será, segundo os organizadores, a primeira demonstração de grande escala de consumo público de maconha diante da sede do governo americano.

Risco de prisão

Os manifestantes dizem que não pediram permissão das autoridades para realizar o protesto e sabem que correm o risco de serem presos e processados.

Em Washington, apesar de o consumo privado de maconha ser permitido, o uso em locais públicos continua proibido, assim como a posse ou consumo em áreas federais, como é o caso da Casa Branca.

Mas segundo o organizador do protesto, Adam Eidinger, a ação é necessária para chamar a atenção de Obama.

“Nós enviamos três cartas ao presidente Obama nos últimos anos e nunca recebemos resposta”, disse Eidinger à BBC Brasil.

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“Se ele concordar em se reunir com ativistas pela liberação da maconha, nós cancelaremos o consumo de cannabis em frente à Casa Branca, que é ilegal”.

Leis

Eidinger é um dos ativistas responsáveis pela iniciativa que levou a um referendo e à legalização do uso recreativo da maconha em Washington (apenas em locais privados, não em áreas públicas), no ano passado.

Além da capital americana, o uso recreativo também é legal nos Estados de Washington, Oregon, Colorado e Alasca. O uso medicinal é permitido na capital e em 23 Estados.

Apesar dessas leis estaduais, pela lei federal a maconha ainda é classificada na categoria mais perigosa de substâncias controladas, ao lado de drogas como heroína e ecstasy.

Segundo os ativistas, enquanto isso não mudar, as leis estaduais correm risco, especialmente se um republicano assumir a Casa Branca após as eleições de novembro.

“Desde que Obama assumiu o governo, houve cerca de 5 milhões de prisões relacionadas a maconha. Ele fala em acabar com o encarceramento em massa no país, mas é preciso perdoar as dezenas de milhares de condenados por crimes relacionados a maconha”, afirma Eidinger.

“Há milhares de pessoas presas por cultivar maconha. Todas deveriam ser soltas”, defende.

Novos protestos

Eidinger reconhece que sua missão é difícil, pois Obama, que está em seu último ano de governo, já afirmou que não tem planos de mudar a lei antes do fim do mandato.

Alguns grupos pró-legalização da maconha decidiram não participar da mobilização neste sábado, por questionarem a eficácia de uma ação que envolve consumir a droga em um lugar proibido, patrulhado por agentes do serviço secreto e por onde circulam turistas e crianças.

No entanto, Eidinger espera a participação de centenas de manifestantes, inclusive de outros Estados.

Ele adverte ainda que esse pode ser apenas o primeiro de uma série de protestos semelhantes.

“Obama é um dos maiores presidentes que tivemos nesse país, mas não será verdadeiramente grande se não agir em relação a isso”, opina. “Se ele não nos ouvir e ignorar nossa manifestação, ele essencialmente estará nos convidando a organizar novos protestos.”