Maconha representa mais de 70% das apreensões de droga em SP

É verdade que a legalização apenas da maconha não resolve o problema da guerra às drogas. Mas é fato que a cannabis é, disparada, a droga ilícita mais consumida, e a retirada do monopólio da venda da erva das mãos do narcotráfico pode representar um baque no caixa das organizações criminosas.

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Prova disso é um levantamento das apreensões de drogas feitas no estado de São Paulo. A maconha representa 76,47% de toda droga recolhida entre janeiro do ano passado e maio deste ano. Das 9,6 toneladas apreendidas, 7,36 toneladas são da erva, seguida por cocaína (1,8 tonelada). Os dados foram obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação. 

A pesquisa também chama atenção para falta de cuidado das autoridades policiais em catalogar drogas classificadas apenas como “outras”. Neste pacote estão inclusos o ecstasy, LSD, lança-perfume e heroína e haxixe. Drogas com efeitos e perfis de usuários totalmente diferentes. 

“Em São Paulo, a polícia não tem instrumentos para detectar corretamente o que é cada droga sintética. Classificam tudo como ecstasy, mas não sabem o que é realmente”, afirmou em entrevista a pesquisadora Clarice Madruga, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

Essa generalização de drogas tão diferentes é péssima para elaboração de políticas de saúde pública de atenção ao uso problemático de drogas. Mais uma vez a culpa é do modelo proibicionista, que coloca em um mesmo pacote substâncias com efeitos bem distintos e adota a mesma estratégia para combater todas. Lógico que vai dar merda!