Lucrativo mercado legal de produtos para maconha se expande no Rio

Fonte: O Globo

Onde há fumaça, há negócios. Enquanto, do alto de suas togas, os figurões do Supremo Tribunal Federal (STF) discutem se descriminalizam ou não o porte de drogas para uso pessoal, um mercado legal de produtos para o consumo de maconha cresce a olhos vistos. Com alvará da prefeitura para funcionar, lojas especializadas vendem acessórios com nota fiscal, aprovados pela Anvisa, e chegam a faturar R$ 2 milhões por ano. O GLOBO percorreu alguns desses estabelecimentos e conta, nesse especial, como eles funcionam. Já no judiciário, o tema está em ebulição: na segunda-feira, o ministro do STF Edson Fachin, que havia pedido para rever o processo, finalizou seu voto. Agora, cabe ao presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, marcar data para a retomada do julgamento.

 

1- Negócios bem-bolados

Alfredo (que não se chama Alfredo) é um sujeito que, por convenção, vamos enquadrar na categoria careta. Formado em Administração, casado, com 30 e poucos anos, ele não fuma tabaco, não usa drogas ilícitas, nem tem vícios relevantes. Pois bem, um belo dia, folheando os classificados do jornal, viu um anúncio que provocou um efeito de bigorna Acme em sua cabeça. Havia algum tempo que ele estava insatisfeito com o seu trabalho e procurava um negócio no qual pudesse investir suas economias. Pensou no ramo alimentício, mas a quantidade de lanchonetes da cidade o desanimou. O recorte era a resposta às suas inquietações: uma franquia de uma head shop (loja que vende artigos para fumar maconha), segmento que fatura até mesmo nos tempos mais negros de crise. Passou a mão no telefone.

Quem o atendeu do lado de lá da linha foi um outro sujeito, que, por sua vez, não se enquadra na categoria careta. Olavo (que não se chama Olavo) foi passar uma temporada nos Estados Unidos há oito anos e voltou com a ideia de montar uma lojinha nos mesmos moldes das que tinha visto na terra do Tio Sam. Lá se vai tempo, e o seu negócio virou, guardadas as devidas proporções e a matéria-prima de consumo, uma espécie de McDonald’s da maconha. São 14 lojas, sendo dez franquias que incluem duas no longínquo Piauí e outra em Copacabana — cujo dono é o nosso amigo Alfredo, aquele que não fuma nem tabaco, mas que diz que os negócios vão bem, obrigado.

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