“Legalizando o voto” – Com Renato Cinco

Não Tapa, Mas Chapa – Por Michael Meneses

“O Único Maconheiro do Mundo que Não Fuma Maconha” em: “LEGALIZANDO O VOTO” – Renato Cinco

Entre os candidatos a Camara de Vereadores da cidade do Rio de Janeiro, Renato Cinco é o nome forte na luta em defesa da Causa da Canabis. Formado em Ciencias Sociais e vereador eleito pelo PSOL em 2012, Renato Cinco busca um novo mandado e com isso continuar sua Resistência ao PMDB” e dar sequencia a série de entrevistas em #Legalizando o Voto!

1 – Você foi o primeiro candidato que busca a reeleição que entrevistamos. Apresente-se aos leitores do Hempadão para todo o Brasil. Quem é o candidato Renato Cinco (história e propostas), como foi o seu primeiro mandado como vereador do Rio de Janeiro, por que busca um novo mandato e porque optou pelo PSOL?

Renato Cinco – Em 2012, fui eleito vereador do Rio de Janeiro pelo PSOL com 12498 votos. Ao tomar posse, em fevereiro de 2013, minha primeira iniciativa foi pedir uma CPI para investigar as internações compulsórias da população em situação de rua acusada de ser usuária de drogas. Denuncias da época deixavam claro que as internações não tinham como objetivo cuidar da saúde dos recolhidos, mas apenas “limpar” a cidade que se preparava para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. A CPI não avançou por conta da força da bancada governista do PMDB, que conta com 40 dos 51 vereadores do Rio de Janeiro. Essa rejeição se repetiu com qualquer projeto que questionasse a lógica de “cidade-mercadoria” da gestão Eduardo Paes.

2 – Você é formado em Ciências Sociais pela UFRJ, morador da Tijuca, conhecido como ativista na legalização das drogas e por denunciar a “Guerra aos Pobres”. Como é ser um morador da Tijuca, que para muitos é um bairro de elite carioca, mas é cercado de favelas e olhar essa “guerra” aos menos favorecidos do subúrbio e das favelas cariocas? Como você, outros candidatos e moradores da região pode agregar valores à sociedade carioca como um todo?

Renato Cinco – Esta claro para mim que a política de proibição das drogas é responsável direta pela grande violência que ocorre na disputa e repressão ao mercado de drogas ilícitas. Na verdade, essa guerra às drogas é uma guerra aos pobres. Com o pretexto de combater este negócio ilícito, o poder público viola a dignidade de milhares de famílias que habitam áreas dominadas por narcotraficantes. Um exemplo disso foi a expedição de um mandato de busca genérico para centenas de casas do Complexo do Alemão, em uma demonstração clara de que o Estado trata todo morador da favela como potencial criminoso.

3 – Nós do Hempadão sabemos que um vereador, assim como diversos politicos, pouco podem fazer sobre a descriminalização da maconha, mas que todo ser humano pode fazer algo em prol do fim do preconceito e discriminação para usuarios de cannabis e outros grupos que sofrem preconceitos de ideias. O que o candidato Renato Cinco e o PSOL podem e pensam fazer sobre essa questão!?

Renato Cinco – É verdade que um vereador não pode propor mudanças na legislação de drogas, mas o papel do poder municipal nesta questão é muito importante. A atenção ao uso problemático de drogas é de responsabilidade das prefeituras e cabe ao vereador fiscalizar esse trabalho. Por isso pedi a CPI para investigar o atendimento que era oferecido aos usuários recolhidos das cracolândias. Na época, a imprensa divulgou que as clínicas que recebiam estas pessoas não contavam com médicos e psicólogos na maior parte do tempo, e os pacientes eram dopados sem uma análise individualizada dos casos. Neste contexto, nosso mandato apresentou o Projeto de Lei (PL) 1824/2016, que “estabelece a redução de danos e riscos como política municipal de saúde”. A redução de danos engloba todas as políticas, programas e práticas que tenham como prioridade reduzir os riscos à saúde (física, mental e social) decorrentes do uso de drogas lícitas ou ilícitas. Além disso, ela exige uma assistência integral: divulgação de informação sobre danos e riscos associados ao consumo de drogas, de modo não estigmatizado; distribuição de materiais de proteção e de cuidados pessoais; atendimento clínico e assistência social – sem constrangimento de cunho religioso, moral e ético.

4 – Na sua opinião quais drogas podem ser legalizadas e quais não deveriam ser legalizadas?

Renato Cinco – Tenho consciência de que apenas a legalização da maconha é incapaz de resolver os problemas da guerra às drogas. Por isso, defendo a regulamentação de todas as drogas, criando um mercado controlado que forneça ao usuário informação e segurança sobre o produto que ele vai consumir. Quando apresento esta linha muitos me perguntam se defendo a legalização do crack. Neste contexto, eu explico a origem do crack, que surge como estratégia de venda da cocaína (famosa por ser uma drogas de elite) para os mais pobres. Um mercado regulamentado de cocaína precisa restringir a venda de variações da droga, inclusive o crack, com aditivos e misturas que tornem o uso ainda mais nocivo ao usuário. As drogas classificadas como mais perigosas são as que mais precisam de um controle que só a legalização pode oferecer.

5 – Deixe sua mensagem final dizendo o por que o eleitor deveria votar em Renato Cinco como vereador do Município do Rio de Janeiro?

Renato Cinco – Precisamos retirar o PMDB do poder no Rio de Janeiro e no Brasil (Fora Temer). Na preparação para a Copa do Mundo e Olimpíadas, nossa cidade foi ficando cada vez mais cara e elitizada e isso não aconteceu ao acaso ou por conta da crise econômica. Trata-se de um projeto político de transformar o Rio em uma cidade-mercadoria, atendendo os interesses de grupos empresariais que financiam as campanhas eleitorais deste partido. A presença de vereadores do PSOL na Câmara Municipal do Rio de Janeiro significa resistência a este projeto político. Por isso, além do voto em Renato Cinco 50555 para vereador, vote Marcelo Freixo 50 para prefeito.