Kunk vs Hash – Novo estudo olha para Potência e o risco da Psicose

Traduzido por Bruno Parisotto (bruno@shaurea.com)

Um estudo publicado no The Lancet sugere que o uso frequente da Skunk -uma potente canabis- significantemente aumenta o risco do desenvolvimento de transtornos psicóticos. Os usuários regulares de canabis em foram de haxixe, entretanto, não apareceram mais propensos à psicose do que o resto da população.

 

Se esta interpretação estiver correta, à potência da canabis talvez seja um fator mais importante do que a frequência de uso em predição do risco de psicose, e poderia causar um considerável efeito na sáude pública e na política de drogas.

O estudo comparou um grupo de pacientes com primeiro quadro psicótico do sul do Londres com um grupo da população geral da mesma área e olharam em ambos a frequência do uso de canabis e o tipo de droga que foi usada.

Os pesquisadores usaram à data para calcular a proporção dos novos casos de psicose atribuíveis aos diferentes tipos de canabis. Os resultados sugerem uma redução de 24% em casos de psicose que nunca tenha se usado a Skunk.

Enquanto isso, notícias imprecisas provocadas em um relatório de que a canabis é a culpada “para um em cada quatro casos de transtorno mental”, autores e o The Lancet discutiam pois tal causalidade não poderia ser estabelecida com base neste estudo. O The Lancet escreve: “Se à causalidade existir, eles calculam que 24% dos casos de primeiro quadro da área do sul de Londres podem ter sido atribuídos a canabis mais potentes, este número é maior do que o estimado do uso diário geral (19%).”

A pesquisa acrescenta para um corpo crescente de evidências que fazem ligação do uso de canabis ao fator de risco para psicose, mas como o relatório enfatiza, “Os aspectos de exposição a canabis (exemplo, idade ao primeiro uso, frequência do uso, duração do uso) que conferem para um efeito maior ao risco de psicose ainda não são claros.” Os poucos estudos que tentaram estimar o efeito do uso de canabis ao número de novos casos de psicose em populações especificas foi limitado pela escassez de informações precisas nos padrões do consumo da canabis.

Em um artigo no The Guardian, Suzi Gage, que acaba de completar phD investigando associações do uso da canabis e experiências psicóticas, recebe o relatório mas nota suas limitações. O uso de Skunk e Haxixe foram auto-relatados neste estudo, então nós temos que assumir que os participantes sabiam o que estavam fumando, só podendo adivinhar os níveis verdadeiros de THC e CBD que estavam sendo usados na cannabis. O ideal seria colher amostras e os níveis precisos destes canabinóides seriam avaliados, mas isto não é prático em estudos desse tamanho e design. Se for o caso, que o uso da Skunk possa estar causando aumento no risco de psicose, isso significa que ela é responsável por um em cada quatro casos de psicose, como o Mail diz? Ignorando que este estudo era especificamente sobre psicose, não “sérios distúrbios mentais” mais gerais, talvez em populações com certo risco alto o impacto da canabis poderia ser alto, por exemplo esses que estão geneticamente pré-dispostos à psicose, mas é um grande salto para se concluir a partir de um estudo.

Assim ela conclui: “Este é um importante passo no caminho para entender a natureza da associação da canabis e da psicose, mas mais uma vez a mídia exagerou desfigurando as descobertas do estudo colocando em risco à mensagem que está sendo ignorada pelas pessoas que mais poderiam se beneficiar disso.”

17 de Fevereiro, 2015, COSMOS MAGAZINE
TEXTO ORIGINAL de Bill Condie
REPORTAGEM da COSMOS MAGAZINE