O país que recebe anualmente proibicionistas de todo mundo para a reunião da Comissão de Narcóticos da ONU deu um passo importante para uma política de drogas mais progressista. Desde de fevereiro os italianos podem fazer o uso medicinal da maconha sem o risco de parar na cadeia.
Para dar legitimidade a legalização do uso medicinal da erva foi criada a Associação Italiana para a Cannabis Terapêutica. A criação de um órgão regulador é uma exigência da ONU para os países que autorizam o uso medicinal da maconha.
Um caso emblemático na luta pela utilização da maconha medicinal na Itália é do geômetra Giampiero Tiano, de 29 anos. Aos 19, ele foi atropelado e passou dois meses em coma, além de sofrer com crises de epilepsia quando se recuperava do acidente. Após passar um ano tomando medicamentos que não ajudavam muito ele descobriu o potencial terapêutico da maconha. Fumando até 8 baseados por dia ele ficou 4 anos sem nenhuma convulsão.
Como de costume, os problemas começaram com a chegada da política. Em 1996 Giampiero foi preso por cultivar 11 pés de maconha e condenado em 1998 a 18 meses de prisão. A decisão foi anulada 1999 pelo Tribunal de Apelações, que aceitou as alegações da defesa sobre o uso medicinal da maconha para o tratamento de epilepsia.
É inevitável a comparação do avanço italiano com a realidade brasileira, onde existe um deputado empenhando na aprovação de uma lei que coloca usuários de drogas na cadeia ou na clínica que promete a cura com a palavra de Deus e outros métodos obscuros.
Por essa e outras que a luta canábica continua, de prefência nas ruas!