Highsexual: Já ouviu falar disso?

por Nessa Bruxinha .:.

Eita que haja nomenclaturas para a identidade de gênero na atualidade!

Antigamente, a identificação de gênero era binária. Homem ou mulher, pronto e acabou. Com o passar dos anos essa “opção sexual” (há quem discorde desse termo), dividiu-se entre sexo biológico (homem e mulher) e orientação sexual (bissexual, heterossexual, homossexual, assexual e pansexual) que é o termo usado para se referir a como nos sentimos em relação à afetividade e sexualidade. Hoje, acrescenta-se o termo identidade de gênero que por sua vez se refere a como nos reconhecemos dentro dos padrões de gêneros estabelecidos socialmente. O Facebook, por exemplo, em 2014, incluiu na edição de perfil do usuário, 52 opções de identidade sexual para a opção gênero. CINQUENTA E DUAS! Não consegui saber se o Highsexual está inserido nessas opções pois a configuração não está disponível para o Brasil, porém quando fui tirar a dúvida vi que eu posso escolher entre masculino, feminino ou personalizado; ou seja, escrever a orientação sexual na qual melhor me encaixo. Fiquei com a opção feminino mesmo.  A sexóloga Laura Müller diz que a lista não é um exagero. Ela acha que a satisfação em se expor com uma determinada expressão é delicada e particular. “Ter disponíveis variações específicas de um mesmo conceito dá a chance de detalhar o jeito de cada um, com base nas questões emocionais, físicas e comportamentais.”

O Highsexual é um termo usado para designar a atração sentida pelo mesmo sexo depois de fumar um. Comumente vem sendo utilizado para definir o desejo de homem para homem, talvez por conta do seu início ter sido apresentado por um garoto que disse num site LGBT: “Maconha me faz temporariamente gay. Mais alguém?”, porém acredito que possa ser utilizado para todos aqueles que se sentirem atraídos pelo mesmo sexo, apenas quando fumam um. Foi o bastante para o termo causar um rebuliço na página. O termo está presente desde 2009 no Urban Dictionary (site que registra expressões em inglês) mas, de acordo com o Queerty, essa foi a primeira vez que ele foi realmente debatido. 

De todas as novidades dessa planta danadinha e surpreendente, essa é uma das que mais achei, digamos, interessante. Imagine só, a maconha além de todas as propriedades medicinais e terapêuticas reveladas durante todos esses anos ainda me revela mais uma: te deixa livre, de verdade. Não há maior liberdade do que você ser quem você quiser, sem ter que seguir padrões, nem temê-los. Não tenho como mensurar qual preconceito é o pior; sofro preconceito por todos os lados (físico, econômico, social); já fui preconceituosa algumas vezes, mesmo involuntariamente, contudo o preconceito sexual vem tomando proporções inaceitáveis. Sou hétero com alma homo pois me sinto livre, sexualmente falando, e não vejo nada demais em pessoas do mesmo sexo se amarem horizontalmente. São pessoas atraídas por pessoas. Tenho uma gama grande de amigos homos e me sinto muito bem ao lado deles.

É claro que ainda não há um estudo que comprove essa teoria, apenas relatos, porém, vindo de quem vem, não duvido nada se essa planta tão democrática e simpatizante cure mais um mal: o pré – conceito interior. Se o termo se fixará como identidade de gênero ou fetiche é o que ainda veremos, entretanto, conforme os depoimentos, é uma vontade precedida apenas quando os garotos estão high (alto, chapado), pois quando sóbrios se consideram héteros e afirmam não ter desejos homo-afetivos.

E por aqui, temos algum highsexual??