Famílias mexicanas “criminosas” por importar maconha medicinal

Deve ser óbvio para qualquer um que todo mundo deve ter direito a utilizar um medicamento que proporcione benefício à saúde. Infelizmente a lei proibicionista ignora isso e torna um criminoso aquele busca um pouco de maconha para tratar alguma enfermidade. No desespero pelo alívio ou a cura, muitos arriscam a própria liberdade. Casos assim, que ganharam fama no Brasil, se repetem no México. 

 

 

Uma reportagem publicada no jornal El Pais contou o caso de um pai que vive em Chicago (EUA) , e começou a enviar um xarope de maconha para tratamento da filha, de 9 anos, que sofre de epilepsia e mora na cidade de cidade em Guerrero, no México. 

“É arriscado, mas não me dão outra solução para a doença dela. É a única maneira: temos que cuidar de nossos filhos. Além disso, pelo que sei, o xarope não tem contraindicações. As pessoas na loja onde comprei me disseram quanto tínhamos que dar. Depende do peso, da idade,” declarou o homem que preferiu não se identificar. 

Em uma reunião de famílias de pacientes com epilepsia há duas semanas na Cidade do México, Raúl (outro pai que se aventura importando maconha ilegalmente) observou a incongruência: “aqueles que trouxerem o xarope para seus filhos sem a permissão podem estar cometendo um delito de corrupção de menores”. Para a lei, os pais que conseguem o xarope de maconha estão, na verdade, drogando seus filhos. 

Há duas semanas, a Suprema Corte permitiu que uma associação cultivasse suas próprias plantas para uso recreativo, mas a decisão não beneficia de imediato todos os cidadãos mexicanos.