De Marcha em Marcha

por Tales Henrique Coelho

As Marchas da Maconha de Maio já começaram a enfumaçar o Brasil. Cidades como Porto Alegre, Rio, Belém, Recife e Aracaju já realizaram um dos principais eventos político-cannábicos-culturais do País.

Trata-se de um espaço plural, diverso, onde se apresentam diversas propostas, de várias maneiras. É uma manifestação coletiva de sonhos e ideais de quem já cansou de ver que a guerra às drogas não funciona.

Mas no campo dos avanços concretos, infelizmente ainda temos pouca coisa a comemorar, pelo menos no Brasil. Porque a Legalização só virá com uma aprovação no Congresso, hoje dominado por reacionários e pseudoreligiosos da pior espécie. 

Mas as mudanças vêm em grãos. Como formigas carregando a larica pro inverno, ainda temos muito a fazer, mesmo com pouco a comemorar.

E se não dá pra esperar nada de bom de deputados, senadores e presidente, pelo menos na Justiça podemos ter um pequeno avanço. Porque, como noticiamos aqui, o STF deverá julgar ainda este ano a descriminalização do porte de drogas.

A julgar pela posição de pelo menos um dos juízes do STF, podemos ter boas esperanças.

Ainda que pouca coisa mude para quem mais sofre com a proibição – os mais pobres, condenados a uma vida inteira no crime quando pegos com drogas, ou que morrem por causa da guerra – isso já vai representar um grande avanço.

O STF é hoje o único lugar de onde pode sair alguma novidade progressista no Brasil. A tal ‘jurisprudência’ criada pelos coroas de toga em suas decisões é nossa maior esperança nos tempos sombrios atuais, em que um tal de Eduardo Cunha comanda a pauta nacional.

É uma semente. Um argumento a mais pra disputar cada conversa, mudar opinião por opinião. Mais pra frente a maré vai virar.

De Marcha em Marcha. Nossa vitória não será por acidente!