Daime foi muito mais importante que terapia para mim, diz Maitê Proença; veja

Fonte: Folha de São Paulo

Maitê Proença, 53, entrou em contato com o caos absoluto há duas décadas, quando passou três anos frequentando cerimônias do Daime.

Com oito quilos a menos e olheiras profundas, olhava para o espelho e tinha crises nervosas de riso: “Isso aqui é uma sexy simbol’”, dizia, irônica, para si mesma.

“Aquilo te leva para o caos, dá muito medo, te desarruma, te derruba do pedestal. Não recomendo para qualquer um. Mas, para quem tem um colhão daqueles de couro, pode ser uma maravilha, trazer liberdade criativa.”

 

Com o Daime, diz ter aprendido a organizar o caos. Foi um aprendizado essencial para o projeto de seu novo livro. Em “É Duro Ser Cabra na Etiópia” (ed. Agir, R$ 39,90), a atriz escritora estreia como editora. O processo de elaboração durou três anos e foi caótico desde o início –paralelamente, ela escreveu uma peça de teatro, em que atua e faz a direção.

Primeiro, Maitê pinçou a frase do título de uma conversa maluca com amigos sobre grãos de café que teriam sido encontrados em fezes de cabras africanas.

Depois fez um concurso em seu site para achar os 169 textos que formam a obra. As únicas regras eram ter humor e, no máximo, 1.500 toques.