Coronel da PM é nomeado Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas

Há um mês atrás a Carta Capital avisou que “estamos caminhando para um Estado Policial”, segundo jurista que analisava a cadeira de Ministério da Justiça ocupada por Alexandre de Moraes. Foi ele mesmo que indicou o novo secretário nacional de Políticas sobre Drogas do país, um coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo. O que será que isso pode significar?

O mais estranho é que não existe qualquer registro de Roberto Allegretti se pronunciando sobre políticas de drogas, isso porque o mesmo não tem qualquer relação com o assunto. Dentro da PM o novo Secretário nacional de Drogas era responsável por setores burocráticos da corporação, embora seja formado em psicologia.

Recentemente o coronel defendeu o uso de fardas em crianças como método de “educação”. O título do artigo, publicado na Folha de São Paulo, é: “A representação simbólica da farda”, acredita?

Vale lembrar que o atual Ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, é um dos maiores inimigos do fim da proibição das drogas no Brasil. Para saber mais sobre essa figura e o quanto ela representa a nível de retrocesso na política de drogas nacional, clique aqui.

Já há uma petição online repudiando a nomeação de Roberto Allegretti para a SENAD, o texto de descrição do manifesto diz:

“Não aceitamos a nomeação de um Coronel da Policial Militar para Secretário Nacional de Política Sobre Drogas!

O caminho e orientação internacional da Política Sobre Drogas vem seguindo propostas de respeito aos direitos humanos e ampliação do protagonismo das ações da saúde sobre o tema,Cdesmistificando o conceito de guerra as drogas. A Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU para discutir as principais diretrizes globais de políticas de drogas, a UNGASS 2016, aprovou em seu texto final, entre sete eixos, um dedicado especificamente aos Direitos Humanos. A política de drogas pautada na guerra e na lógica militar da repressão, está sendo colocada em cheque em diversos países das Américas e Europa e a nomeação de um policial militar representa um claro retrocesso!

Países da América Latina foram os mais impactados pela política de guerra as drogas no âmbito do encarceramento e da morte da população, sobretudo jovem e negra, se tornando evidentemente uma política de criminalização da pobreza urbana e de populações tradicionais vulnerabilizadas em suas práticas seculares.

Por isso repudiamos a indicação de um coronel da Policia Militar de São Paulo para o cargo, que não possui trajetória no tema da política de drogas e simboliza claro retrocesso para uma política de repressão e estigmatização. 

Pessoas vulneráveis que usam drogas não precisam de mais violação de direitos!!!

Pessoas vulneráveis que usam drogas precisam de atenção à saúde, educação, assistência social, inserção no mercado de trabalho e práticas de cuidado pautadas nos direitos humanos.

A Guerra as drogas é uma Guerra contra pessoas. É uma Guerra surda dos avanços científicos da saúde, fomentada pela lógica do lucro armamentista e perverso tanto de instituições governamentais quanto de grupos criminosos. “

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